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Graduada em direito e pós graduada em direito criminal e família, membro da academia de letras e artes de Goiás, tenho uma paixão pela escrita Acredito no poder das palavras para transformar realidades e conectar pessoas

Memórias e reverências

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publicado em 02/11/2024 ás 07h00
atualizado em 01/11/2024 ás 21h26

O dia se despedia com uma luz suave, quase mágica, enquanto as pessoas se preparavam para um ritual de lembranças. Em cada cemitério, flores eram cuidadosamente dispostas, velas acesas tremulavam ao vento e o aroma do incenso envolvia o ar. Era um momento de reflexão, um convite à conexão com aqueles que partiram, mas que sempre viverão nas memórias de quem ficou.

Nesse dia, a tristeza e a saudade se entrelaçam com a gratidão. Cada visita ao túmulo é uma conversa silenciosa, onde palavras não ditas se transformam em sentimentos profundos. As histórias contadas em cada lápide falam de vidas que tocaram outras, de risos compartilhados e de amor incondicional. É um lembrete de que a morte não apaga as memórias; pelo contrário, elas se tornam ainda mais vibrantes.

Para mim, esse dia tem um significado profundo. Eu perdi meu pai e minha irmã, ambos tão queridos e inesquecíveis. Meu pai era sempre gentil e sábio, enquanto minha irmã iluminava tudo ao seu redor com seu jeito alegre. Essas memórias aquecem meu coração e me lembram do quanto eles foram valiosos para mim.

As famílias se reúnem, algumas trazem fotos antigas, outras compartilham histórias que fazem os olhos brilharem ou lágrimas escorrem. Eu me pego contando sobre meu pai, seu sorriso generoso e os conselhos sábios que sempre me guiavam, assim como falo da minha irmã e como ela iluminava qualquer ambiente com sua presença. Essas recordações aquecem meu coração em meio à dor da ausência.

E assim o dia avança, marcado por um misto de tristeza e celebração. A vida continua, mas sempre com um olhar carinhoso para trás. O 2 de novembro nos ensina que lembrar é uma forma de amar e honrar aqueles que nos precederam. É um momento para celebrar a vida em todas as suas formas, reconhecendo que cada um deixa uma parte de si no coração dos que ficam.

“A morte é a única certeza da vida.” — Fernando Pessoa

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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