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Graduada em direito e pós graduada em direito criminal e família, membro da academia de letras e artes de Goiás, tenho uma paixão pela escrita Acredito no poder das palavras para transformar realidades e conectar pessoas

O peso da coroa

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publicado em 06/11/2024 ás 10h28
atualizado em 06/11/2024 ás 10h34

A liderança! Ah, a liderança! Quantos sonham com o aplauso fácil, com o amor incondicional de seus súditos. A imagem do governante amado, carregado em ombros, banhado em flores e louvores, é tentadora. Mas o caminho para esse afeto é íngreme, cheio de obstáculos e, muitas vezes, uma pura ilusão.

Porque o amor popular, tão volúvel quanto o vento, pode se transformar em fúria cega em um instante. Uma decisão impopular, um revés econômico, uma simples desavença, e as flores viram pedras. O governante amado, de repente, se encontra sozinho, abandonado, sem o escudo da afeição que julgava possuir.

Há outra via,  outra vida, a rela, mais espinhosa, mas talvez mais segura. É a do temor respeitoso, da obediência forjada não no carinho, mas na prudência. Não se trata de crueldade, mas de uma liderança firme, que inspira respeito e evita os deslizes que a afeição costuma mascarar.

Conciliar amor e temor é um desafio quase impossível. A ambição por ambos leva a uma inconstância que fragiliza o poder, uma dança perigosa entre a popularidade efêmera e a força duradoura. A escolha exige um cuidadoso cálculo, uma fria avaliação das consequências. Um ato de equilíbrio delicado, sobre a corda bamba da governação.

Em resumo, a coroa pesa, seja pelo peso do amor, seja pelo peso do medo. A sabedoria do governante está em escolher qual carga melhor se adapta à sua jornada, entendendo as implicações de cada escolha. O caminho nem sempre é óbvio, e a busca por estabilidade demanda decisões difíceis, que podem moldar o destino de muitos.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB