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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Já não sei mais escrever

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publicado em 09/11/2024 ás 07h00
atualizado em 09/11/2024 ás 09h31

Prefiro os amáveis, prefiro ser um deles, mas a pressa continua sendo a maior inimiga. Prefiro o frio ao calor, prefiro o sol bem cedinho, ao do meio dia.

E também o vento, a brisa. a paz.

Sobre saber mais, aprender mais, até para cobrir as maiores distâncias, nesse tempo em que falam tanto e, no entanto, nada a dizer.

O tempo às vezes parece escurecer aberto à ênfase ao embalo que me leva a frase, “Bom dia”  – a canção diz que em tempos ruins, também se dá bom dia.

Da infância, o tempo e todo tempo possível – o lado de lá o sagrado e o de cá,  cruel.

Aquilo que importa, que cativo, resiste sempre visto, e dependendo da hora se for suficiente paro e faço uma reflexão.

Não sei da canção dos bosques, sei da Rosa de Exupéry, da Rosa de Hiroshima do tempo do poema de Vinícius, em que  se mandava abraços e beijinhos.

Mas o tempo é veloz, bate aqui na minha impaciência.

As tardes são mais longas, por isso gosto mais da noite, pela inclinação dos astros nos contornos que assumem a luz.

Persiste em mim um amor, nunca um rancor que atrai coisa ruim. Prefiro água doce, mas gosto do sal da terra.

O homem velho se parece comigo, cego, como um pai de primeira viagem.

Das vozes, dos ecos mais longevos, nunca os umbigos, melhor debulhar o trigo e do trigo, o milagre do pão.

Os que se acham tão vivos como dantes, jamais errantes, não passam da desilusão.

Toda essa proximidade, mais atento fico e vou buscar a beleza onde ela estiver.

Puxa vida! Já não sei mais escrever.

Kapetadas

1 – Olá! Passando pra lembrar que odeio posts que começam por passando pra lembrar.

2 – A voz do povo é a voz de Deus. Taí um provérbio que caducou.

3 – Ilustração Vincent van Gogh.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB