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A Prefeitura de Baía da Traição, no Litoral Norte do Estado, buscará recursos para engordar a faixa litorânea do município. A medida, de acordo com a gestão, visa impedir o avanço do mar e prejuízos para a população local. Na semana passada, a Assembleia Legislativa da Paraíba reconheceu estado de calamidade pública, o que abre portas para a destinação de recursos federais e estaduais. O alargamento é orçado em R$ 85 milhões.
Ao Portal MaisPB, o coordenador da Defesa Civil Municipal, Wenisson Medeiros, afirmou que atualmente o governo local tem adotado a estratégia de colocar pedras em algumas áreas, mas os retornos não têm sido satisfatórios. Por isso, os estudos para o alargamento.
“A Defesa Civil, junto com a gestão, tem feito medidas para conter o avanço do mar, como a colocação de pedras nas áreas mais afetadas. Está tendo sucesso? Não está. Porém, estamos freando o avanço do mar, para que o mar não avance rapidamente. A longo prazo, estamos buscando recursos para que seja feita a engorda da praia. Já houve estudos dentro do município”, explicou.
Segundo Medeiros, o processo de engorda não afetará corais presentes. “Pelo estudo que feito, não iríamos mexer em nenhuma das estruturas dos recifes, não haveria prejuízo”, garantiu.
A maior preocupação dos moradores e da Prefeitura, é com o risco do mar adentrar na cidade de uma forma que os rios sejam afetados, trazendo consequências, inclusive, para o abastecimento. Além disso, também é preocupante a destruição de vias que garantem o acesso as aldeias indígenas, o que pode prejudicar, também, a cultura regional e a economia.
Para o coordenador do Programa Estratégico de Estruturas Artificiais Marinhas da Paraíba (PREAMAR PB), professor Cláudio Dybas, a situação em Baía da Traição merece atenção. Ao Portal MaisPB, Dybas defendeu que estudos técnicos, envolvendo a própria Prefeitura, Governo do Estado, Governo Federal e estudiosos da área, possam embasar a melhor decisão.
“Quando as casas estão próximas da arrebentação, você tem toda a dispensação da energia das ondas de uma vez. E vai se agravando cada vez mais. Para gente pensar nas melhores soluções, precisa aprofundar os estudos. Não se pode dizer se é a favor ou contra uma engorda. Mas, possa ser que uma engorda dure cinco meses e vá embora de novo. Precisa entender melhor e decidir de forma coletiva”, disse.
Por causa do avanço do mar, áreas afetadas pela erosão costeira na praia do Forte, em Baía da Traição, na Paraíba, foram reconhecidas em estado de calamidade pública. A medida foi formalizada por meio de um decreto aprovado pela Assembleia Legislativa do Estado e promulgado pelo presidente da Casa, deputado Adriano Galdino (Republicanos). A portaria consta na edição da última quinta-feira (7) do Diário Oficial do estado (DOE).
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De acordo o documento, o estado de calamidade pública tem validade inicial de 180 dias com possibilidade de prorrogação por mais 180. Agora, com o reconhecimento de calamidade, o município pode solicitar apoio estadual e federal para medidas emergenciais e de recuperação da área afetada.
O texto ainda estabelece que, caso novas áreas sejam afetadas pela erosão, o município poderá solicitar a ampliação da área de calamidade.
Em outubro, um trecho da pavimentação que dá acesso à ‘Aldeia Forte’ foi danificado por causa das fortes ondas do mar, registradas durante maré alta na região. Na época, o prefeito Sérgio Lima pediu apoio dos parlamentares para projetos de proteção para evitar a erosão costeira do município.
Wallison Bezerra – MaisPB
ENTREVISTA NA HORA H - 11/12/2024