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A cafeína é o estimulante mais utilizado e, talvez, a droga mais popular em todo o mundo. Você pode estar estranhando o tratamento desta substância como droga, mas devo dizer que, tecnicamente falando, a cafeína é uma droga sim. Vejamos como a Organização Mundial de Saúde conceitua droga: “Droga é toda e qualquer substância que uma vez absorvida por um organismo vivo altera uma ou mais das suas funções”. Desta forma, qualquer substância psicoativa que ingerida por um ser vivo qualquer vier a alterar o seu funcionamento normal, pode ser considerada droga.
Alguns relatos históricos dão conta que, o estimulante ativo da cafeína, extraído de grãos de café, foi descoberto por cientistas alemães e franceses no início da década de 1820. Com o passar dos anos a cafeína foi identificada em muitos outros tipos de plantas, como mate, nozes de cola etc. O chá contém quantidade significativa de cafeína e teofilina. Já o chocolate (cacau) contém quantidades relativamente baixas de cafeína e teobromina, também estimulante. A teofilina e a teobromina são parentes químicos da cafeína.
A cafeína, além de estimulante, tem propriedades analgésicas, por isto é comumente usada como ingrediente de analgésicos, estimulantes e bebidas à base de cola (Coca-Cola, Pepsi-Cola), guaraná, energéticos etc.
O uso frequente da cafeína poderá desenvolver dependência, mesmo que não acarrete disfunções importantes no organismo e, assim sendo, mesmo o consumo abusivo, não é visto como um problema de saúde pública, como acontece com outras drogas.
A ingestão de cerca de 200 mg de cafeína (duas xícaras aproximadamente), ativa o córtex cerebral e, como consequência, a sonolência e a fadiga decrescem. É importante frisar que tais efeitos variam de um organismo para outro, mas tais efeitos estimulantes da citada droga podem prejudicar a qualidade do sono. Da mesma forma, quantidades exageradas de cafeína, 500mg ou mais, geralmente provocam aumento dos batimentos cardíacos e do ritmo respiratório.
Um dos efeitos farmacológicos desta substância é que ela atua dilatando os vasos sanguíneos do corpo e contraindo os do cérebro, o que ajuda a atenuar dores de cabeça e alivia enxaquecas, por exemplo. A cafeína por ser estimulante possui efeitos diuréticos, e também ajuda a diminui a sensação de tédio. Por esta razão, pessoas envolvidas com tarefas repetitivas ou não estimulantes costumam consumi-la para compensá-lo.
Contudo, é necessário estar alerta com o consumo em excesso. Como já citado, o uso moderado desta substância produz efeitos positivos, aumentando o estado de alerta, combatendo a fadiga, melhorando o humor etc., mas altas doses poderão acarretar efeitos desagradáveis e muito prejudiciais ao organismo humano.
Também é importante uma atenção especial em relação aos energéticos, pois estes normalmente possuem quantidades significativas de cafeína, taurina e outros estimulantes. Por isso, autoridades do Canadá, França, e Dinamarca, entre outros, ainda não aprovam muitos desses energéticos, a exemplo do Red Bull, que é amplamente consumido em países como Estados Unidos e Brasil. E tal consumo se torna mais prejudicial e perigoso ainda quando consorciado com bebidas alcoólicas.
Vários estudos científicos atestam que, o uso frequente de altas doses de cafeína pode causar tanto problemas físicos quanto psicológicos. O termo “cafeinismo” tem sido utilizado pela medicina para descrever sintomas como: agitação, insônia, ansiedade associados ao consumo excessivo dessa substância. Outros efeitos periféricos incluem taquicardia, hipertensão, arritmias cardíacas, e distúrbios gastrointestinais. Tal condição é encontrada em cerca de 10% das pessoas que consomem café. O uso superior a 300mg diários está associado ao aumento do risco de aborto e, por isso, muitos médicos aconselham que mulheres grávidas devem evitá-lo.
Portanto, o ideal é que o nosso popular e cultural cafezinho, seja consumido de forma moderada e, consequentemente, terapêutica.
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OPINIÃO - 22/11/2024