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Graduada em direito e pós graduada em direito criminal e família, membro da academia de letras e artes de Goiás, tenho uma paixão pela escrita Acredito no poder das palavras para transformar realidades e conectar pessoas

À beira do silêncio: o eco da esperança

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publicado em 13/11/2024 ás 07h57
atualizado em 13/11/2024 ás 08h59

Estar em um hospital, embora não seja um lugar estranho para mim — (já que uma de minhas formações é enfermagem),  é como entrar em um mundo paralelo onde o tempo parece estagnar. As paredes brancas, o cheiro de desinfetante e as vozes sussurradas criam uma atmosfera densa, carregada de sentimentos. Estou acompanhando um familiar, cercada por uma energia que mistura esperança e apreensão. O coração aperta ao perceber a fragilidade do momento, enquanto a incerteza se transforma em um medo palpável.

É nesse ambiente que minha mente começa a projetar todos os momentos que vivi — risadas, abraços, conselhos. Cada lembrança surge como uma fotografia em preto e branco, repleta de emoções intensas. A vida é um filme que passa diante dos olhos, revelando quão preciosa é cada fração de segundo.

O medo da perda é um ladrão cruel que se instala no peito. O pensamento de que tudo pode mudar em um piscar de olhos me faz refletir sobre o valor das pequenas coisas: uma conversa despretensiosa, um olhar cúmplice, o simples ato de estar presente. É nesse momento que minha fé é testada; não apenas a fé em algo maior, mas a fé na vida e na força dos laços que unem.

A sorte me sorriu ao ficar em um apartamento com vista para uma capelinha. Enquanto aguardava notícias, fiquei ali intercedendo, pedindo força e proteção. O lugar trazia uma paz inesperada e me lembrava da importância da esperança.

A espera na sala se torna uma jornada interna. Cada barulho do corredor traz um misto de esperança e apreensão. Será que tudo ficará bem? O desejo fervoroso de ver sorrisos novamente me impulsiona a acreditar no milagre da recuperação. A conexão entre nossos corações se fortalece; mesmo em silêncio, sabemos que estamos juntos nessa luta.

E assim, entre lágrimas e esperanças, aprendo que a vida é feita desses altos e baixos. Que cada instante deve ser valorizado e que o amor é capaz de transcender até os momentos mais desafiadores. No final das contas, o que importa é estar aqui, segurando as mãos daqueles que amamos, lembrando que mesmo nas horas mais sombrias há sempre uma luz que brilha através do amor.

Depois de horas intermináveis de espera, finalmente ouvi o som da porta se abrindo. Os médicos entraram com sorrisos nos rostos; eu sabia que essa era a resposta pela qual eu tanto havia rezado. Um alívio profundo tomou conta de mim enquanto as lágrimas escorriam pelo meu rosto — não eram só lágrimas de medo, mas também de gratidão.

No dia seguinte, ao ver alguém acordar lentamente e abrir os olhos para mim, percebi que as batalhas ainda estavam por vir. A recuperação seria um caminho árduo, mas agora estávamos juntos nessa jornada renovados pela esperança e pelo amor inquebrantável.

Essa é apenas mais uma batalha a ser enfrentada; já superamos tantas outras juntos! Sinto profundamente que essa missão foi colocada em meu caminho por Deus — uma oportunidade para aprender sobre resiliência e fé inabalável. Cada desafio traz consigo uma lição valiosa e fortalece nosso espírito.

Assim seguimos adiante — lado a lado — enfrentando cada desafio com coragem e fé renovada. A vida pode ser imprevisível e cheia de obstáculos, mas aprendemos que juntos somos mais fortes. E ao olhar pela janela do hospital novamente para aquela capelinha à distância, senti meu coração pulsar com uma nova certeza: não importa quão escura seja a noite; sempre haverá um novo amanhecer à nossa espera.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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