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Atualizado, “Almanaque Anos 80” é lançado vinte anos depois

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publicado em 16/11/2024 ás 12h07
atualizado em 16/11/2024 ás 12h10

Kubitschek Pinheiro

Fotos – Cíntia Mattos

Lembram do “Almanaque Anos 80”? A edição comemorativa de 20 anos já está em todas as livrarias com selo da Editora Agir. Os autores são os mesmos – Luiz André Alzer e Mariana Claudino. Na época, a edição original vendeu 150 mil exemplares e ficou conhecido como uma obra geracional. Está de volta com novas fotos, mais páginas em capa dura, toda colorida.

Lançado originalmente em 2004, o “Almanaque Anos 80”, ficou 52 semanas na lista dos mais vendido do Brasil. A nova edição é apresentada por Leo Jaime, nome importante da música e da TV nos anos 80. O projeto gráfico ficou novamente a cargo do designer Marcelo Martinez, premiado no lançamento da primeira edição, o que garante um resultado ainda mais conceituado.

São mais de 900 imagens, o “Almanaque” é dividido em oito capítulos: Televisão, Cinema, Esportes, Livros & Revistas, Música, Guloseimas, Brinquedos e Modismos. Estão no livro desde os episódios de “Armação Ilimitada” até o primeiro Rock in Rio, passando pelos bastidores de filmes como “De volta para o futuro” e os inesquecíveis programas de auditório.

A edição comemorativa curiosidades, com novas imagens e histórias detalhadas sobre essa década que continua a influenciar a cultura contemporânea.

Algumas curiosidades do livro

Os três maiores vencedores do Qual é a música? foram Ronnie Von (25 vitórias), Silvio Brito (24) e Gretchen (23). Mas Nahim brigou na Justiça para ser reconhecido como o maior ganhador.

Na primeira edição do Rock in Rio, foram consumidos 1.6 milhão de litros de bebida, 900 mil sanduíches, 33 mil tubos de mostarda, 500 mil fatias de pizza, 800 quilos de gel para cabelo e 123 mil quilômetros de papel higiênico.

Bastavam 15 minutos no congelador para o Ice Pop ficar pronto. Mas isso só funcionava no comercial da TV

Os suspeitos do crime no jogo Detetive: Coronel Mostarda, Srta. Rosa, Dona Branca, Sr. Marinho, Professor Black e Dona Violeta.

A Chiquinha, do Chaves, tinha 13 pintinhas no rosto.

Na trilogia Indiana Jones, foram usados dois mil ratos, sete mil cobras e 50 mil insetos, entre baratas, lacraias e escorpiões.

O famoso detetive MacGyver já deteve um vazamento de ácido sulfúrico com uma barra de chocolate, desarmou um míssil usando clipes de papel e sabotou um sinal de trânsito com cartões de crédito.

O MaisPB conversou com os autores Mariana Claudino Luiz André Alzer – eles contam mais histórias, detalhes, coisa e tal

MaisPB – Como você define a experiência de rever os textos escritos há 20 anos, para compor atualizações do Almanaque de 2024?

Mariana Claudino – Uma experiência indescritível e muito interessante. Faz apenas 20 anos que tivemos a ideia de escrever o almanaque, mas tanta coisa mudou de lá pra cá… Se já éramos saudosistas em 2004, com 30 anos, agora com 50 somos mais ainda. E o mundo mudou em duas décadas, era preciso rever esses textos sem perder, claro, a essência do que foram os anos 80.

MaisPB – Qual inclusão você considera mais representativa para esta nova edição?

Mariana Claudino – Todas foram muito representativas. Mas, pessoalmente para mim, ter o “Almanac Sports 1950-2000” do De Volta para o futuro, que aliás foi uma das inspirações para o nome do livro, foi uma alegria sem tamanho.

MaisPB – O que temos de diferencial neste volume?

Mariana Claudino – Mais páginas, novos textos, capa dura, novo design e o prefácio charmoso do Leo Jaime, que foi meu contemporâneo na faculdade de jornalismo e sabe da existência do Almanaque desde 2005, quando nos encontramos na gravação do Programa do Jô.

MaisPB – Diz aí uma coisa nova que está neste novo almanaque?

Mariana Claudino – Uma coisa engraçada tipo “Bastavam 15 minutos no congelador para o Ice Pop ficar pronto. Mas isso só funcionava no comercial da TV. Entrei de caiaque no navio” em vez de “Entrei de gaiato no navio” foram ampliadas. E dessa vez a gente também incluiu versões brasileiras para sucessos internacionais, que faz muita gente gargalhar!

Luiz André Alzer

MaisPB – Que legal, trazer o Almanaque do século passado à tona. Como aconteceu?

Luiz André Alzer – O “Almanaque anos 80” teve 19 reimpressões desde que foi lançado, no fim de 2004. Vendeu mais de 150 mil exemplares e ficou 52 semanas na lista dos mais vendidos do país. Mas há uns cinco ou seis anos estava esgotado, e muita gente perguntava ainda do livro. No ano passado, começamos a trabalhar novamente no livro, aproveitando que esse ano se completam 20 anos do seu lançamento.

MaisPB – Como está o velho novo Almanaque – o que temos nessa versão, o que foi acrescentado – as redes sociais estão lá?

Luiz André Alzer – São edições completamente diferentes. Essa agora é uma edição ampliada, com 48 páginas a mais, capa dura e toda colorida (a original era 80% PB). Acrescentamos curiosidades e, principalmente, muitas novas fotos, que lá em 2004 eram muito mais difíceis de termos acesso. Agora são quase 900 imagens no livro e as redes sociais foram fundamentais justamente para nos conectarmos com colecionadores e gente que tinha objetos, fotos e outras preciosidades dos anos 80.

MaisPB – Aliás, o Almanaque pautou muita gente – você acredita que vinte anos depois vai causar a mesma curiosidade?

Luiz André Alzer – O objetivo principal do Almanaque é mexer com a memória afetiva das pessoas. E surpreender, seja com uma foto ou uma informação que ficou perdida no tempo. No lançamento, no último dia 15, vimos várias pessoas rindo e se divertindo na fila de autógrafos justamente com isso.

MaisPB – Legal essa ideia de chamar o Léo Jaime – vamos falar sobre isso?

Luiz André Alzer – O Leo é um dos nomes que melhor representa os anos 80. Fez vários hits, compôs outras canções gravadas por outros artistas dos anos 80 e sempre se pautou pela irreverência que é marca da década. Além disso, também atuou em novelas e filmes importantes daquela época, como “Bebê a bordo” e “Rock estrela”. E se não bastasse ainda escreve muito bem: ele é também jornalista e, coincidentemente, estudou na mesma turma de faculdade da Mariana Claudino. Não tinha outro nome para assinar o prefácio.

MaisPB – Conta uma novidade inserida no novo almanaque – tipo No terceiro disco da Xuxa, diziam que se girasse ao contrário a música Ilariê ouvia-se uma mensagem do demônio. Muita gente arrebentou a vitrola para conferir…

Luiz André Alzer – Hahahaha! Essa que você citou está na edição original e, claro, nessa novamente. Uma lista que acrescentamos, por exemplo, foi a de coisas do futebol que existiam nos anos 80 e não mais hoje. Por exemplo, escanteio era chamado de córner e zagueiro, de beque. Vitória de um time valia dois pontos e só era possível o técnico fazer duas substituições. Mais: juiz usa sempre preto (variava no máximo com amarelo) e goleiro podia segurar a bola recuada por jogadores do seu time.

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