O Enigma da Superficialidade

Há pessoas que me deixam com uma vontade imensa de perguntar algo. Uma curiosidade quase infantil, um anseio por decifrar um enigma. Será que é só isso mesmo? Será que essa é a totalidade do que eles são, a essência pura e simples? Ou estão apenas brincando de esconde-esconde com a própria alma, guardando o melhor para um momento futuro, um grande final que talvez nunca chegue?

Às vezes, me pego observando esses indivíduos, observando a superficialidade que parece ser sua única característica. Um sorriso vazio, palavras sem peso, gestos desprovidos de significado. Será uma estratégia de auto-proteção? Um mecanismo de defesa contra o peso da realidade? Ou apenas uma imaturidade que os impede de se mostrar verdadeiramente?

A sensação é estranha, uma mistura de frustração e perplexidade. A vontade de mergulhar fundo, de desvendar os mistérios que se escondem por trás da fachada, de ver o que existe além dessa camada fina. Quero acreditar que existe algo mais, algo além dessa casca vazia. Mas será que estou enganada? Será que a superficialidade é a única verdade?

A pergunta paira no ar, sem resposta. Talvez a resposta seja mesmo o silêncio, a aceitação daquilo que se apresenta à primeira vista. Talvez seja preciso aceitar a ideia de que nem todos revelam suas cartas na mesa e que muitos se contentam em viver uma vida de aparências, mantendo o que realmente são escondido, trancado a sete chaves, em espera de um futuro que nunca chega.

E então, fica a indagação: são apenas isso ou estão guardando o melhor para o final?

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