João Pessoa, 17 de novembro de 2024 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Certas opiniões não são sequer fatos consumados. Eu deixei meu sertão faz tempo. Lá em nós, se dizia Mariquinha de Titico, Juramir de Lieta, João de Dora, mas isso é universal de lugarejos, de quem opina, mete a colher. Tipo briga de marido e mulher, já viu, né? Mas pensando bem, a prisão maior está na cabeça.
Depende de quantas vezes a opinião é repetida, mas se dizia que tal pessoa era opiniosa, no sentido raivoso, e não é nada disso que eu quero falar. Não, depende de quem está repetindo a opinião, depende de quem ouve tal opinião. Se faz necessário repetir tal coisa para ficar na memória.
É tão confuso, estranha sensação de que nós brasileiros habituados a discutir política do feijão com arroz nas plataformas, que certamente ganham mais disparadas as lasanhas que os estrogonofes.
Por que são Barbosa e não babosa, por que sou Pinheiro e Marília era Pêra, Limeira Lima, lima do pé. O pensar Castro Pinto de Maria das Dores, mania de você. A picada dos Ferreira, as Cajazeiras e a menina que morava na ladeira, correndo ligeiro sem parar.
Gente que se chama Palmeira, Palmirinha e não se liga nos termos “Iáiá, (yayá) e ioiô (yoyô) com tamanho afinco e com tanta luz, que de amor passou a ser tido e dito. Dudé, Dedé, Dada, Dadá, Dori, Doriane e os resumidos Raimundos longe do fio da meada. Cadê Cal Aranha? Por que tal criatura hipócrita chorou na beira do caixão?
Vicente, Tenente, Maria Caetano, Beltrano, Antonieta, Seu Papata e a mais bonita dos Gomes, Túlia, rainha do avôs Antônio Gomes e Dona Dondon, chegou a desembargadoria. Fátima é Ramalho, nada contra Elba, com Elsa e Alzira deram o ar da graça no lançamento do livro de Adelaide Peixoto, também Carraro, Lady Laura, Lauro, Capote, Pamonha, Bomba e Brigite Bardot.
Nada se deve à prevalência, desse tal “discurso identitário” fixado em discussões de gênero e etnia, fome em abundância, mas a coisa tá preta. Eu sou neguinho?
Essas falas se tornaram (teriam se tornado?) a principal preocupação daqueles que acusam a gente de não ser do bando deles, gente decoreba e seus representantes em derrocada no cortejo de José e Maria, substituídos por pastores nas tradicionais pautas do dizimo. Perde quem dá menos. Perde não, se ajoelha.
As redes sociais são econômicas, malditas, trabalhosas e sociais e ai a sequência de nomes vai de a quem não tem um tostão e essas questões ~identitárias~ que nunca foram rejeitadas pelo povão, que dança conforme a música, mas tem quem se levanta tarde e ainda aponta o dedo para Benazir Bhutto (foto), da canção, do Chico César.
Maciçamente os cães ainda ladram quando a caravana passa e isso confirmaria ou confinaria a hipótese, completando a transição de opinião para fato batido e não se diz mais ô casa, ô de fora. Eles entram pelos fios conectados e aí mim, de nós dois.
Eu tenho muitas tristezas em relação aos que dizem da boca pra fora – ou com quem andas e direi quem és.
Cá estou no meu platô barato apresentado nos parágrafos anteriores. Antes vale um disclaimer de eu não entendo coisa alguma dos outros, este espaço não foi criado para falar de ninguém até porque ninguém é ninguém.
Mas entendo alguma coisa de comunicação. E quem não se comunica, anda para trás e ainda procura a tampa da esferográfica. Pow!
Kapetadas
1 – O guru da autoajuda é aquele que mais precisa de ajuda para encontrar suas próprias chaves.
2 – Pessoas que se dizem sensatas são as primeiras a dançar macarena em festas corporativas
3 – A ilustração é Benazir Bhutto, citada no texto, da canção de Chico César.
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TURISMO - 19/12/2024