João Pessoa, 21 de novembro de 2024 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Há pouco mais de dois anos, a humanidade lutava contra um inimigo invisível, uma pandemia que nos forçava a nos recolher em casa, a nos isolar. A sobrevivência era a prioridade. Hoje, a guerra continua, mas o inimigo mudou de forma. O vírus invisível foi substituído por uma doença mais terrível: a falta de empatia.
Onde antes havia a busca desesperada por vacinas e respiradores, agora se encontra um ódio crescente, uma sede insaciável de poder e vingança. O amor ao próximo, tão pregado em tempos de aflição, esvaiu-se, dando lugar a um vazio preenchido pela violência. O outro, antes um aliado na luta contra a doença, tornou-se um adversário a ser derrotado.
A própria ideia de comunidade foi destruída. Deus, a pátria, a família, conceitos que deveriam unir, são usados como instrumentos para alimentar a discórdia. São bandeiras levantadas para justificar a intolerância, a discriminação, o ódio. A busca pela sobrevivência individual se tornou o objetivo maior, e a humanidade, como um todo, sofre as consequências.
Não há mais um caminho fácil. A condição humana, outrora frágil diante de um vírus, agora se encontra num estado de degradação moral ainda mais grave, pois o que nos aflige é a própria natureza humana, mais do que qualquer bactéria ou vírus. A doença que nos consome é o egoísmo, o ódio, a falta de compaixão.
Não há mais jeito para a raça humana e agora está muito pior, porque usam Deus, a pátria e a família para promover atos extremos.
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OPINIÃO - 19/11/2024