João Pessoa, 02 de dezembro de 2024 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Quando me imagino em uma ilha, não a vejo apenas como um pedaço de terra cercado pelo mar, mas como um refúgio para a alma. Uma ilha onde posso me afastar da correria do cotidiano e me reconectar com o que realmente importa. O desejo de escapar – mesmo que por um instante – das pressões do mundo é uma aspiração comum entre nós. É ali, em meio à natureza exuberante, que encontro a liberdade de ser quem sou.
Nesta ilha imaginária, cada detalhe se torna um convite à contemplação: o som suave das ondas quebrando na areia, a dança das folhas ao vento e o brilho do sol refletindo nas águas. Este lugar é a materialização dos meus sonhos mais profundos, onde posso viver a gratuidade dos gestos naturais e cultivar formas espontâneas de ser. É um espaço sagrado onde o tempo não tem pressa e as preocupações se dissipam como as nuvens no céu.
No entanto, percebo que essa ilha não é apenas um local físico; ela também reside dentro de mim. A verdadeira evasão acontece quando aprendo a desacelerar e a valorizar os pequenos momentos da vida. Mesmo em meio à agitação urbana, posso encontrar minha ilha interior, onde a solidão não é sinônimo de tristeza, mas sim de autoconhecimento e liberdade.
Assim como Drummond nos convida a refletir sobre a busca pela felicidade, percebo que não é a ilha em si que traz contentamento, mas a capacidade de perceber que ela pode existir em qualquer lugar, desde que estejamos abertos para isso. Não se trata apenas de fugir do mundo, mas de encontrar um espaço onde podemos ser autênticos e nos conectar com nossa essência.
Por isso, ao sonhar com uma ilha distante, reconheço que minha verdadeira casa está dentro de mim. E assim sigo navegando pelos mares da vida, em busca da luz que ilumina meu caminho.
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