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Educador físico, psicólogo e dvogado. Especialista em Criminologia e Psicologia Criminal Investigativa. Ex-agente Especial da Polícia Federal Brasileira, sócio da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas e do Instituto Brasileiro de Justiça e Cidadania. Autor de livros sobre drogas.

Minha carta ao Papai Noel!

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publicado em 03/12/2024 ás 07h00
atualizado em 02/12/2024 ás 18h30

 

O advento do Natal, para os cristãos é sempre motivo de comemorações entre as pessoas e famílias. Nesse período, os corações e mentes geralmente ficam mais sensíveis, tolerantes e generosos, as trocas de mensagens com desejos de saúde, felicidade, harmonia, prosperidade, e também o vai e vem de presentes fica bem mais frequente.

É comum também, as pessoas ficarem mais ansiosas, agitadas e até se estressarem mais, pois há uma autocobrança em relação àquelas ações e planos idealizados para serem executados durante o ano que está prestes a terminar, mas que até esse momento grande parte da agenda programada não foi cumprida.

Portanto, como me sinto acometido destes mesmos sentimentos, resolvi replicar este tema neste mês de dezembro.

Nessa “correria” desenfreada á que todos são inconscientemente submetidos, muitas vezes, o próprio aniversariante, Jesus Cristo, é esquecido, mas, ninguém esquece o personagem “Papai Noel”. Este, com certeza sempre è a figura mais presente na mente da maioria das pessoas, pois, as fábricas, os comerciantes, os empresários e a mídia em geral jamais deixarão que esta figura seja esquecida, haja vista que o natal para todos estes segmentos é sinônimo de crescimento das vendas, e, consequentemente bons lucros.

E assim, somos todos envolvidos numa agitação social e frenesi inevitável: agitação de muitos, na tentativa de recuperarem o tempo perdido, objetivando atualizar as tarefas e metas não cumpridas, inúmeras confraternizações, desejos mútuos de saúde, prosperidade, felicidades etc., e também pedidos intermináveis, especialmente das crianças, que culturalmente são influenciadas por mensagens informando-as que o natal é o período em que estas serão presenteadas por papai Noel. Embora, para frustração de grande parte destas e dos seus pais, tais presentes nunca cheguem.

Desta forma, para não fugir à regra, quero aproveitar o clima natalino, ocasião em que geralmente as esperanças, promessas e planos são renovados, não apenas nas crianças, mas também nos adultos, para também fazer os meus pedidos ao Papai Noel. Portanto, gostaria que não eu, especificamente, mas o meu país, o Brasil, fosse agraciado com presentes como: gestores e políticos que trabalhem não pelos seus interesses e benefícios pessoais e das suas famílias, mas sim pelo bem comum; que a assistência à saúde, à educação e à segurança esteja sempre acessível a toda a sociedade e não só para aquele(a)s que podem pagar por estes serviços; que os conhecidos “auxílios moradia” sejam específicos para aquelas pessoas que realmente precisam, e não para as castas que estão alojadas nas cúpulas dos três poderes da República, (Executivo, Legislativo e Judiciário); que ao invés de carros oficiais com combustível e motoristas para servirem a estes privilegiados dos poderes já citados, possamos ter transporte público digno e eficiente para todos; que os montantes incalculáveis das verbas de gabinetes e fundos partidários, sejam transformados em ajudas humanitárias para os cidadãos e cidadãs que estão na linha da pobreza ou abaixo desta, e não são poucos os que se encontram nesta situação; que não mais existam super faturamentos das obras públicas, nem residências oficiais para as castas dos invioláveis já descritos; que o povo brasileiro não se divida, odiando uns aos outros, induzidos por políticos demagogos e oportunistas; que o poder judiciário seja menos moroso nos seus julgamentos, e que julgue a todos os brasileiros e brasileiras de forma igualitária perante a lei, e não de acordo com o poder político ou financeiro daquele(a) personagem que está sendo julgado. Pois, certamente, desta forma poderemos minimizar a impunidade crônica existente no Brasil, e sonhar com um país mais justo e humano para todos nós.

Enfim, esta é a solicitação que esperançoso, ora faço através desta carta endereçada ao “Papai Noel”. Sei que é pedir muito. Mas, segundo o enredo da Escola de Samba Mocidade Independente, de anos atrás, “sonhar não custa nada e o meu sonho é tão real”, e, assim sendo, gostaria que todo o povo brasileiro pudesse ser contemplado com tais presentes.

Feliz Natal pra toda a sociedade do meu país!

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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