João Pessoa, 03 de dezembro de 2024 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Tem dia para tirar roupa da máquina, estender no varal; outro dia lavar e enxugar a louça, arear as panelas e fazer delas um espelho e com um agrado que se faça, uma samambaia ressuscita. Mas tem gente demais ouvindo áudio e assistindo vídeo com volume alto em público.
Terça é dia de cuidar das coisas vivas. Domingo fui a cidade procurar as coisas mortas, Ruas Santo Elias, Santos Dumont e Monsenhor Walfredo Leal.
Não vi o progresso, nem senti saudade de mim. O que eu fiz com a minha história? Para ser sincero, 6 sabem quanto tá o dólar?
Não fiz o que as pessoas fazem o tempo todo: contar histórias, recontá-las, congelá-las no tempo, se repetir ou tentar entendê-las, mas isso é muito banal.
O mundo precisa de amor e justiça, mas do jeito está é melhor pegar o caminho que vai dar no sol.
Vi na cidade que a história não se repete, ela foi destruída, apagada, e não sabemos mais o que é o quê.
A necessidade, a formação de uma amizade da vida toda, é uma construção delicada. Às vezes, vira ruínas. Viver perto demais é vestigial quanto a ambição vazia que faz uma pessoa querer escalar na frente da outra. Escalar ou passar na frente?
O que motiva o afeto, penso, não apenas o desejo de provar a si mesmo, do que é capaz e ao maior número de pessoas, que somos bacanas, que poderemos fazer coisas que ninguém, ou quase ninguém faria, tipo: olá, como vai, está precisando de alguma coisa?
Há algo de anti-história em cada história, onde a força que impulsiona o narrador (ou, pelo menos, o compromisso com o que se diz) é desafiado por uma deriva que pode retardar, e talvez até reverter, mas a abordagem amorosa é necessária.
Uma história não é só uma, e uma só não soma, fica cada vez mais impulsiva sobre o que realmente acontece, aconteceu, está acontecendo ou não vai mais se repetir. Quando o ciclo se fecha é porque já estamos entrando numas. E o que isso significa e como funciona lembrar? Este sentimento não precisa da grande esperança, vem também uma falta de esperança, o que é normal. E o que é normal?
Fui a cidade e não vi ninguém, era domingo, dia de missa, dia besta.
Kapetadas
1 – O oposto da vida não é a morte, é a fila pra morrer.
2 – Se a economia influencia os costumes, o casamento é um investimento de alto risco, com dividendos incertos e altas despesas fixas.
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