João Pessoa, 07 de dezembro de 2024 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Existe isso? Quantidade de amor? De um amor não correspondido? O amor é uma invenção do homem? O amor bate nos dentes, nas letras que formam esse verbo como quem pega e compara e monta cada frase e passa tinta num ritual para vir esperar algum ritmo. São tambores, tambores.
No filme Amor de Redenção, (2022), direção de D.J Caruso, um amigo diz ao outro: “nenhuma pessoa vale a quantidade desse amor”.
Baseado no livro de Francine Rivers, Amor de Redenção é uma adaptação da história bíblica de Oseias e Gomer (Oseias, o profeta que casa-se com Gômer, a mulher promíscua)
Na Corrida do Ouro em 1850, Angel uma jovem bela, não espera nada dos homens além de traição. Até aí não se explica porque uma prostituta não quer amar ninguém, ela parece conhecer o desamor dos homens.
Que filme incrível! pensei. Aliás, passei horas com o filme na cabeça. Sem dúvida, um bom romance. História forte, revoltante, que prende do início ao fim, com ótimas atuações de Abigail Cowen, Famke Janssen e Logan Marshall-Green.
Eu gostei muito, mas com a certeza de que não gostaria de rever.
Vendida para a prostituição quando criança, a garota Angel sobrevive mantendo o ódio vivo. O que ela mais odeia são os homens que a usam, deixando-a vazia.
Angel conhece Michael Oséias. Um homem que busca o coração de seu Pai em tudo, ele obedece ao chamado de Deus para se casar com Angel e amá-la incondicionalmente. É impressionante a necessidade que o personagem Oséias tem de amar uma prostituta. Eu disse amar?
O que filme tem a ver com o amor? É como se o amor se impusesse contra uma ordem se erguendo em nuvens passageiras.
Quantas vezes o amor entre duas pessoas se transforma imperecível, eterno, perene e, como no cinema, servindo-se da tinta das palavras, uns ditando, outros transcrevendo, fazendo cópias de um amor que não existe.
Astros ficam mudos, deixando o amor numa fluência, numa dor fora do ritmo, o sofrimento, o ímpeto, o claro e o escuro, que nem os deuses chegam perto.
As imagens do filme imitam a vida e vão se desencontrando, até o som das palavras passa a vagar e são incapazes de reunir às coisas, as coisas mais simples do amor – os nomes dos amantes, de ganhar ou estragar nada. Aí me veio novamente a pergunta: existe quantidade de amor? É claro que sim.
Depois, lembrei do Júlio Dantas, A Ceia dos Cardeais – “Foi ele, de nós dois, o único que amou”.
Kapetadas
1 – O problema do amor não é a falta de amor; é o excesso.
2 – Quem nasceu primeiro, o ovo ou o amor?
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segurança - 22/01/2025