João Pessoa, 06 de outubro de 2011 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O Governo provou ontem que votação se ganha no voto. Não no grito, como parte da bancada oposicionista alardeava nos dias que antecederam a votação da MP do Trauma, crente na derrota fragorosa dos governistas no plenário da Assembléia.
A vitória folgada mostrou que, além convencimento, o trabalho de articulação política com os deputados é decisivo para superar os traumas da perda de um deputado governista e mesmo assim vencer na votação de tão polêmica matéria.
O debate da gestão pactuada do Hospital de Trauma ainda deve se estender ao campo jurídico, mas Governo e Oposição precisam virar essa página. De agora em diante, interessa mesmo aos paraibanos os resultados e esperados avanços.
É aí onde reside a responsabilidade do Governo. Não basta suplantar os argumentos da Oposição com a maioria dos votos. A gestão de Ricardo tem que vencer na prática e até o final do ano mostrar a Paraíba que valeu a pena comprar a briga.
O que interessa de fato daqui pra frente é o cumprimento das metas estipuladas, a melhoria dos serviços, a renovação da estrutura de equipamentos, a avaliação positiva dos usuários e a recuperação do maior patrimônio da saúde pública paraibana.
É esse peso que o Governo carregará até o fim do contrato da pactuação. Por isso, deve redobrar a fiscalização e a cobrança. Ao sustentar a terceirização e a Cruz Vermelha nos ombros, o Governo corre o risco de ser crucificado, se tombar, mas também pode ressuscitar a certeza de que o modelo anterior estava ultrapassado.
Investigação –
O dossiê que já está nas mãos do desembargador Nilo Ramalho, corregedor do Tribunal de Justiça, aponta fortes indícios de um esquema de venda de sentenças.
Andamento –
O presidente da OAB-PB, Odon Bezerra, mantém audiência hoje, às 14, com o procurador-chefe do MPF, Vitor Veggi, a quem pedirá apuração sobre o caso.
TRE quebra o silêncio –
O TRE resolveu se pronunciar sobre o que corre à boca miúda. Em sessão extra-ordinária, a Corte decidiu pedir ao TSE a apuração de denúncias envolvendo o órgão na Paraíba. Ao invés de tentar emparedar jornalistas com o tradicional corporativismo, o Judiciário tem a oportunidade de optar pela própria depuração. Basta coragem.
Coincidência ou providência? –
Quem não lembra de Rômulo Carvalho, do Aeroclube, Tarcísio Campos, do Sindicato dos Médicos e Rômulo Soares, do Creci, protagonistas de embates acirrados com o Governo? Os três serão candidatos a vereadores em João Pessoa. Adivinhe de que lado?
Um incentivo a mais –
Chamou a atenção de muitos jornalistas a farta e graciosa distribuição de lanche e refrigerantes nas galerias da Assembléia Legislativa durante a barulhenta sessão que aprovou a MP do Trauma. A platéia jurou que a presença foi espontânea.
Pau nos adesistas –
O deputado Anísio Maia (PT) pegou pesado. “O Governo teve maioria a custa dos vira-casacas, daqueles deputados que não honram o mandato do povo”.
Preço –
Vituriano de Abreu (PSC) foi na mesma pisada. “A cada embate forte aqui na Assembléia, o Governo aumenta os gastos e as nomeações no Diário”.
Equilíbrio –
Apesar de jovem e no primeiro mandato, o deputado Caio Roberto (PR) deu ontem uma elegante lição de serenidade e ponderação aos veteranos da Oposição.
Governa quem ganha –
“A melhor forma de ser oposição é deixar que o Governo governe. Lá na frente o povo julga”, disse Caio, diferenciado as palavras oposição e radicalização.
Assunto em dia –
Numa mesa recantada do Cassino da Lagoa conversavam ontem os democratas Renato Mendes (Alhandra), Branco Mendes e o ex-senador Efraim Morais.
Pressão discreta –
O senador Cícero Lucena comandou a comitiva tucana que visitou ontem o presidente do STF, Cezar Peluso, para pedir pressa no julgamento de Cássio.
Em Brasília –
O governador Ricardo Coutinho e o prefeito Luciano Agra discutiram com técnicos a implantação do sistema VLT e BRT na região metropolitana da Capital.
Preparando vôo –
O deputado João Gonçalves (PSDB) andou consultando esses dias o ex-governador Cássio Cunha Lima (PSDB) sobre seu desconforto no ninho tucano.
A questão é outra –
A secretária Livânia Farias garante que o Governo não descumpre o subsídio do Fisco Estadual. “O problema é o IPCA. Só podemos pagá-lo em janeiro”.
Amigos –
“Não tenho histórico de agressão, muito menos a um amigo como Rodrigo Carvalho”. Do diretor Flávio Moreira desmentindo boatos de entrevero no Detran.
PINGO QUENTE – “Essa doença é um infortúnio para Cássio e para a Paraíba”. Do advogado Luciano Pires, lamentando que enquanto a coluna do ministro do STF dói, Cássio Cunha Lima é quem padece a falta de mandato no Senado da República.
*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba
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OPINIÃO - 22/11/2024