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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Exupéry sabia tudo

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publicado em 31/12/2024 ás 07h00
atualizado em 31/12/2024 ás 10h14

(dedicado a Ângela Bezerra)

Um ano nunca se acaba, por isso inventamos outro, outros, séculos, mas amanhã de manhã quando a gente acordar, segundo Tom Zé, a felicidade vai desabar sobre os homens. Será? Nunca esqueça que a verdadeira beleza pode estar oculta.

Quem leu ´O pequeno príncipe” sabe que inventamos os dias para que eles não sejam iguais –  é só mais um dia, e se todos os dias você tentar escapar da rotina, essa será sua nova rotina. Então, feliz ano velho.

Vem do livro de Antoine de Saint-Exupéry, o tema dos ritos que é abordado na parte em que o príncipe fala sobre a importância de ter ritos, para que um dia seja diferente do outro. Até isso o pequeno príncipe está a nos ensinar que os ritos são o significado do tempo, ao contrário das rotinas que são tediosas.

Desde sua publicação em 1943, o livro de Exupéry se multiplica no mundo, com a velha história do pequeno príncipe que conhece o piloto, depois a rosa, o rei, o vaidoso, o bêbado, o homem de negócios, o cara que acende os lampiões, o fundamental geógrafo, a serpente, a flor do deserto, a raposa, o guarda-chaves e o vendedor.

Não somos reis, nem príncipes, somos a rosa e a serpente –  “todas as pessoas grandes foram um dia crianças – mas poucas se lembram disso”.

Não tenha pressa,  ela não é mais inimiga da perfeição, mas fique atento aos afetos, aos rituais, que podem ser demasiados, efêmeros ou prolongados.  A partir de então, algo pode estancar no acumulado do peito e alguns ritos podem abusar da imaginação das delicadezas absurdas que permanecem. Não esqueça – “É bem mais difícil julgar a si mesmo que julgar os outros”. Os outros são outros.

Tudo vem de Exupéry. Então, “deixe-se cativar”, pois criar ligações com outras pessoas tem os seus riscos e ritos e nunca sabemos se poderemos sofrer. Mas vamos ser sinceros, a felicidade que uma boa amizade ou amor nos traz, compensa, né? É,  faz sentido, mas “o que torna belo o deserto, é que ele esconde um poço em algum lugar”

Kapetadas

1 – Em 2025 – Sem falta de energia elétrica, sem PM matando a torto e a direito, com gasolina custando menos do que um fígado e sem influencer vendendo curso de “fique rico em 7 dias”.
2 – Sem professores precisando vender balinhas para sobreviver, com político corrupto pegando pena real, com shows que começem no horário, com médicos que atendem na hora marcada e sem quedas de aviões. Sem racismo, sexismo e extremismo.

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