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Marcos Pires é advogado, contador de causos e criador do Bloco Baratona. E-mail: [email protected]

A maior invenção

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publicado em 04/01/2025 ás 07h00
atualizado em 03/01/2025 ás 21h09

Segundo uma pesquisa da Lies University a maior invenção do ser humano não foi a roda ou o aproveitamento do fogo, menos ainda a internet.
Foi a mentira.
Em outro escrito eu já havia feito referência a essa pesquisa. Agora que o amplo e profundo estudo foi liberado temos da gênese ao futuro dessa que foi identificada como a maior invenção de todos os tempos. E olha que a extensão desse trabalho científico chegou ao ponto de identificar até as sacolas retornáveis de supermercados como invenções importantes.
Embora pairem dúvidas sobre o autor da invenção, existem registros históricos de suas primeiras aplicações. E não tem nada a ver com os clássicos “eu juro que só boto a cabecinha” ou “juro que é verdade”. Até mesmo a celebra frase “há testemunhas” foi totalmente desmoralizada pela brilhante pesquisa quando se descobriu que no próprio meio jurídico, onde as testemunhas são de fundamental importância para todo tipo de ação judicial, essas tais testemunhas são conhecidas como as prostitutas das provas.
O que a Lies University mais destacou nas conclusões de seu trabalho, entretanto, não chega a surpreender, porém de certa maneira seja cabuloso. Trata-se não da criação das mentiras, mas da sua utilização. Nas guerras o que os exércitos chamam de estratégias nada mais são do que mentiras inventadas para iludir os adversários. O exemplo que a pesquisa revela é muito conhecido; preparando-se para o desembarque do dia D durante a segunda guerra mundial, os aliados criaram um exercito fantasma, com centenas de aviões e tanques de plástico, infláveis, postos no interior da Inglaterra, fazendo com que os nazistas pensassem que a invasão ocorreria num local quando na verdade deu-se em outro.
Essa é, no dizer dos cientistas que conduziram a pesquisa, uma boa utilização da mentira. Boa para quem ganhou a guerra, pois não? Porém o surpreendente nas tais conclusões do trabalho é a má utilização da mentira. Começam exemplificando o caso das pesquisas de opinião, cuja utilização serve o mais das vezes para dar credibilidade a qualquer assunto. Basta que alguém diga que tantos por cento do assunto tendem para um lado para que essa opinião adquira foros de verdade, muito embora ninguém questione a origem dos dados.
E last but not least a pesquisa revela quem são os maiores usuários da mentira. Sim, eles mesmos, sempre eles, os políticos.
Que COUSA!

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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