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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Hospedeiros e hospitaleiros

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publicado em 04/01/2025 ás 07h00
atualizado em 04/01/2025 ás 09h24

Na anatomia da agonia dos congestionamentos, a cidade não deixou de ser o melhor lugar. Vejam bem – a padaria ou as padarias ficam na esquina, as farmácias em cada quarteirão, os cafés, uns colado nos outros e o posto de gasolina mais próximo fica na sua rua. O supermercado é bem ali, os mercadinhos também. E aí, gente? Temos do que reclamar?

A culpa não é das pessoas que vieram morar em João Pessoa –, claro que não. A cidade é muito boa, bonita indescritivelmente. Um pincel e uma tela de amor. E olha que tem gente que “mete o pau” na cidade, mas vive dela, ganha dinheiro de rodo escambau.

Ué, vocês queriam o quê?  Não venham dizer: “Ah! Na minha rua era não tinha prédios, era uma calmaria” Temos à luz tênue mais perceptivel do sol que nasce mais cedo. Temos excelentes hotéis e restaurantes. Demorou, mas agora somos o melhor destino.

Vamos acabar com essa besteira – ou evoluíamos ou desaparecíamos…

João Pessoa tem um tipo de coisa que me aproxima de Deus ou, pelo menos (vai dar quase ao mesmo), os amigos, amores da memória fotográfica, mas isso é outro privilegio.

With A Little Help From My Friends? Ah, sei, é o nome de uma canção dos Beatles, tipo – Você acredita em amor à primeira vista? Então, é isso que está acontecendo com João Pessoa. As pessoas vêm e se encantam e já querem morar, estudar, trabalhar, viver, ser feliz e namorar, que é bom â beça. No Bessa a  Tambaú.

Neste cenário, uma conclusão é óbvia: a cidade tinha que crescer mesmo. Já passava da hora.

Como na psicanálise, Freud explicaria que estamos perante o trauma ou o “mau luto” pela perda da tranquilidade, que deixou de ser o que supostamente era. O pensamento também atormenta, viu? Tire da sua cabeça. Não tem volta.

Simbora ser hospitaleiros, que é nosso destino.

Kapetadas

1 – Sei lá, achei que deveriam saber.

2 – Não discuta com o destino. Ele pode nem ser o seu

3 – Ilustração – ‘Caribessa’, o ‘Caribe brasileiro’ na praia do Bessa em João Pessoa — Foto: Dayse Euzébio

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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