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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Fade to black

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publicado em 05/01/2025 ás 08h40
atualizado em 05/01/2025 ás 08h58

 O existente insistente naufraga continuamente na falta de sentido que o sustenta. Tá assustado? Tá assustado, tá?

A condenação dos sentidos pelo desaparecimento de uma ideia impede uma nova ideia sobre o que está acontecendo, já aconteceu. Papo chato, tipo filmar a escuridão no celular e ao tentar postar apresenta um “fade to black” onde se vê o movimento de personagens atraentes, que não se reconhecem.

 Cá nos trópicos, não dá para viver e morar na filosofia. Sem rimas, tá?

Meu texto é uma janela, um quadrilátero, onde vislumbro o velho pós-moderno à deriva, mas não me engano. Saio do quadrado e me reinvento. Uma janela, assim como um texto, ambos são um modo simultaneamente diáfano e opaco, mas isso não impede a imaginação, a comunicação, o recado dado.

Nem simétrico, nem assimétrico, seja verbo. Não seja a testemunha, seja mutação. Saia da sua aldeia enquanto é tempo, se é que o tempo tem tempo para se dedicar a nós, pois, qualquer que seja a finalidade, estamos aí – Nós, por exemplo. Mas o tempo nunca é bastante.

Nossos filhos vão nos colocar em asilos? E teremos vagas? A preocupação não é essa, talvez a nossa inexistência forneça outro significado ao que já existe, existiu. 2025 não será fácil.

Uma boa conversa já é um pouco de saúde. Escrevi um texto “Não deixem morrer os burros” e uma moça da janela acertou na mosca – “somos todos burros”. Somos? Não, somos nós, por exemplo. E somos chineses.

Enfim, você está a fim ou afim? Nunca tanto faz. O homem é o mesmo e se satisfaz com o que se busca – pode ser o fim de uma relação, de um emprego, de uma amizade, mas isso não tem uma razão de ser se for necessário usar a razão. Razão nenhuma.

 2024 – Vi uma série criada por Tyler Perry, “Beauty in Black” (foto) que mostra o poder de negros ricos americanos sobre os negros pobres, principalmente as mulheres, que são forçadas a vender o corpo.

1972 – Uma canção de John Lennon e Yoko Ono, após o fim dos Beatles, “Woman Is the Nigger of the World”  lançada em 1972, a letra afirma que a mulher é o negro do mundo.

 As indicações sobre o que se pode e não pode fazer, não são apenas para os cachorros.  Muitos deixam de comprar alimentos para ter um o iPhone  Plus que se aproxima do Pro-blema. Isso vem desde quando um carro zero valia mais que um celular.

Outro dia sai pelas ruas do bairro e não encontrei as virtudes. Vi o existente insistente naufragando novamente sobre as contradições que movem a essência, digo existência.

Não há coisa mais cotidiana do que – não pise na grana, não pise na cozinha que eu passei o pano agora; você vai para aonde? Eu vou.

 As nossas esperanças simbólicas, ao contrário daquilo que perece, exibem ingenuamente a firme candidatura ao eterno. Meu Deus!

Nesse segundo sentido…perdi meu trancelim.

Kapetadas

1 – Impressionante como tem gente impressionável.

2 – O domingo é bastante estimulante: é dia de aperfeiçoar a inércia.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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