João Pessoa, 07 de janeiro de 2025 | --ºC / --ºC Dólar - Euro

ÚltimaHora
A professora Erika Marques, Reitora do Centro Universitário Uniesp, é doutora em Psicologia Social - UFPB, Mestre em Desenvolvimento Humano - UFPB, tem MBA em Gestão Universitária pela Georgetown College e é especialista em Planejamento, Implementação e Gestão em Educação à Distância pela UFF. @profaerikamarques

Quem é você?

Comentários: 0
publicado em 07/01/2025 ás 12h29

Vivemos em um mundo de múltiplos estímulos, cores, informações e, principalmente, de muitas expectativas, no qual o personagem principal nunca é o presente, mas o desconhecido chamado futuro.

Não temos tempo para o hoje e por isso não conseguimos nos conectar com o nosso interior, quando o exterior nos rouba a possibilidade de uma conexão maior conosco, com quem somos (ou quem queremos ser) realmente.

Ser é bem diferente do papel que você exerce ou da imagem que passa, pois muitas vezes o seu eu, está tão escondido, pode passar em silêncio, como passa um desconhecido do outro lado da rua, aquele que muitas vezes olhamos, mas não vemos. Não se ver ou pior, o não se conhecer, é muito fácil nos dias de hoje, pois, como vivemos na velocidade da luz, como dito anteriormente, não temos tempo na nossa vida cotidiana. Quando vimos, já foi…

A conexão ou necessidade de estar atento ao externo, nos faz “cegar” ao mundo interno, às nossas verdades e vontades. Nosso eu é como um reino encantado de um rei único: você. Sem interferências ou vontades alheias, porém para perceber-se e sentir-se é preciso estar disposto, disponível, porque nem sempre a sua verdade estará prevista em seus planos.

Olhar para si mesmo parece algo tão fácil, tão banal, que ao menos que tenhamos alguma necessidade muito explícita de um cuidado extra, vamos deixando para depois, vamos alterando nossos planos, nos adaptando a realidades mais cômodas, mais convenientes e esquecendo desse olhar, tão necessário para o nosso desenvolvimento efetivo.

Ver a si mesmo sem as carapaças, sem o espelho de Narciso e sem as próprias expectativas de um olhar afiado e direcionado é um grande desafio, não tão simples, sobretudo, porque criticar a si mesmo é uma tarefa complexa, pois só você sabe o seu mundo e mentir para si mesmo é praticamente impossível, quando essa conexão é real.

Se é tão complexo e porque não dizer, difícil, por que fazer? Porque encontrar a si mesmo é libertador, é impulso, é vida. Para viver é preciso arriscar-se, jogar-se dentro do mar de possibilidades e quando essa conexão consigo mesmo é genuína, seguramente estaremos cada vez mais perto da tão falada, e tão pouco vivida: felicidade.

A vida é um barco num mar de correntezas, podemos nos deixar levar tranquilamente e chegaremos aos lugares e viveremos bem, sem dúvida. Porém, quando pegamos os remos e apontamos no caminho, onde queremos ir, conhecemos nossas fragilidades e principalmente, quando esse olhar para o nosso eu nos mostra essa força…aí meu nobre amigo, ninguém nos segura.

Afinal, quem é você? Já fez esse exercício de olhar para dentro de si, sem direcionamento ou pontuando o que deseja encontrar? Pare e permita-se, existem infinitas possibilidades, sabe onde? Dentro de você mesmo.

Entre e seja bem-vindo ao seu mundo…

Feliz vida!

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB