João Pessoa, 10 de janeiro de 2025 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Não somos apenas passageiros, somos por inteiro e somos condutores nas histórias que vivemos; somos os motoristas, os arquitetos de nossos próprios enredos. As palavras, quando não ditas, tornam-se ecos perdidos, como cartas esquecidas em um lixo emocional. Elas têm o poder de transformar amores em memórias, mas também podem ser as vilãs do desencontro.
Quando um amor chega ao fim, ele não desaparece como uma miragem; ao contrário, deixa marcas indeléveis. As roupas que usamos, o perfume que fica no ar e até mesmo as almofadas nos lembram das noites partilhadas.
O amor é um conjunto de instantes que, mesmos quebrados, continuam a contar uma história – uma narrativa rica em nuances e sentimentos. É tão forte, tão bonito.
É curioso pensar na expectativa que criamos em torno das relações. Se já sabemos o desfecho, por que ainda nos deixamos levar pelas voltas e reviravoltas do enredo? É a jornada dos desencontros que nos fascina, as conversas que nunca acontecem e os livros que fingimos ter lido. Nos tornamos personagens de nossas próprias tramas, discutindo como viveríamos se fôssemos outros.
E assim como Emma Bovary poderia rodar a cidade em busca de um amor idealizado, nós também buscamos experiências que nos façam sentir vivos.
Mas a verdade é que essas experiências são mais do que simples passeios; são reflexões sobre nossa própria essência e sobre o ato de conduzir nossas vidas.
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EM SOLENIDADE - 06/01/2025