João Pessoa, 11 de janeiro de 2025 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
A vida é uma sucessão de escolhas. Um eterno “ou isto ou aquilo”. A chuva que refresca, ou o sol que aquece. O aconchego da luva, ou o brilho do anel. A liberdade do voo, ou a estabilidade do chão. Nunca conseguimos ter tudo ao mesmo tempo, sempre há uma renúncia implícita em cada decisão.
Há quem diga que a vida é uma arte de equilibrar os opostos, uma dança entre a chuva e o sol, a luva e o anel. Mas, na prática, o que vemos é uma maratona de decisões, um constante processo de escolher um caminho e renunciar a outro. É como comprar um doce com a mesada e se privar de algo diferente, ou guardar o dinheiro e se privar do sabor doce.
A ironia reside na efemeridade desse dilema. Gastamos um dia inteiro, às vezes uma vida inteira, ponderando o melhor caminho, para no fim perceber que ambos podem nos levar a lugares interessantes, que a verdadeira beleza está na jornada e não somente no destino. A corrida agitada pela satisfação imediata ou a serenidade da contemplação. Brincar ou estudar, correr ou ficar tranquilo. Qual a receita da felicidade?
Não há resposta. Ou, melhor dizendo, a resposta é que não existe uma resposta. A vida não é uma equação a ser resolvida, é uma experiência a ser vivida. Não se trata de escolher o “melhor” entre isto ou aquilo, mas de aceitar a beleza da ambiguidade, da escolha contínua, da constante reinvenção de si mesmo diante das infinitas possibilidades. E isso, talvez, seja o segredo mais doce de todos.
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EM SOLENIDADE - 06/01/2025