João Pessoa, 12 de janeiro de 2025 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Eu nunca vi discos voadores, mas eles existem e, certamente, são muito importantes para quem ainda não acredita que o homem foi a lua. Hoje quem vive “no mundo da lua” tem Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade, o novo TDAH. Antes, era bobeira mesmo.
É importante também alertar para o racionalismo, o cartesiano que emperra qualquer visão da realidade. São tantos e tão poucos métodos da dúvida, gente que consiste em duvidar de tudo, principalmente do que já se tem estabelecido como verdade. Absoluta? Absoluto? Alguma dúvida metódica, René Descartes?
Por essas bandas, apenas o visionário e saudoso jornalista Carlos Aranha disse ter visto os extraterrestres, mas não chegou a entrevistá-los. Talvez fosse o seu plano de fuga da civilização dos cartesianos.
Sou um deles? Não, sou nem um pouco infeliz. Só é possível ser feliz quando se está longe da corrente de mediocridade. Daí a realidade fica mais aceitável, mais dionisíaca. O que me faz mais feliz é a leitura de um bom livro, o amor, sair para caminhar no mar, namorar.
Vamos imaginar que a única doença que pega é a burrice, que vai além dos anti-depressivos, que fazem parte de uma conspiração flagrada há anos por Wilhelm Reich. Sim, foi o primeiro a falar da indústria do câncer. Tá assustado, tá? Tá assustado?
Reich escancarou que a cura do câncer é quase impossível porque há uma indústria que lucra com a doença. Isso faz tempo. Lacrou, né? Ninguém enfrenta impunemente a máfia dos doutores, a máfia de branco. Por isso, estamos sempre vivendo a industrialização do medo. Tá assustado, tá?
A imaginação é um vício, talvez o melhor vício, que está ligado ao realismo mágico de Garcia Márquez, em meio a vacas que falam e porcos com asas. É incrível, né? E não é apenas uma ideologia. O sexo também é um vício, vício bom, bom demais.
No mundo em disputa se liga na observação, ficar atento é fundamental, no sentido de entender o que está se passando, já passou e detectar as coisas interessantes, os pontos em que algo começa a funcionar – do velho ponto G ao novo “encaixou”, mas muita gente não observa nada. Vai e volta de cabeça baixa.
É importante o desejo intenso pela linguagem. Eu tenho. Uma selva de linguagem como está na canção de Arnaldo Antunes. Não se pode pensar em escrever se não se tem uma relação muito dentro do infinito particular com as palavras. Quem leu “As palavras” de Sartre sabe o que é o bom.
Os escritores de hoje, e são milhares, veem a linguagem como algo material, como um escultor vê a madeira, ou o bronze, e têm essa relação equivocada de desejo, de luta, de desafio.
O antigo “maluco beleza” que ainda passa pelas plenárias vazias, não é dionisíaco, mas sim programático e programado e sabe cada dia menos das coisas. Os robôs estão com tudo – cortam cabelos, fazem strogonoff e rodam a baiana.
Por mais que isso, a felicidade é sempre individual, nunca coletiva. Mas o coletivo não passa de um grande arrastão para se ganhar dinheiro. E o pranto, qual o lugar dele na vida?
Crianças são influencers digitais para que os papais ganhem dinheiro, muito dinheiro, já a moça que vende milho assado na calçada da praia, é sobrevivente da carteira de clientes, que hoje chamam de pix.
Se eu penso, não existo, né Descartes?
Kapetadas
1 – Pessoas sem princípios são o fim.
2 – Sabe a pressa? É inimiga da refeição. Num prazo demasiado prolongado é fatal.
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EM SOLENIDADE - 06/01/2025