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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Aparentemente somos iguais

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publicado em 21/01/2025 ás 07h00
atualizado em 21/01/2025 ás 08h27

Tradição remota entre os antigos dar bom dia – que na minha cabeça, o bom dia é para o dia todo, mas tem boa tarde e boa noite – que até roubaram o cumprimento da noite e colocaram a Cinderela na maldição do golpe, mas golpe é uma palavra desgraçada. Somos aparentemente iguais? Não. Somos iguais, somos e sejamos diferentes.

Acreditar que a.C  já se dizia bom dia, não sei, mas o amor é um oceano que fica numa terra que  foi prometida, onde mataram o rei e hoje o homem velho é rei dos animais.

Vivo entre flores comestíveis e coqueiros, pés de caju, de manga, figo, bananas, mamão, jerimum, goiabeira, pitanga e jasmins, cujas peles brilham mais que qualquer ser.

Já cheguei a isso, retornei passo a passo a natureza (faz tempo) sobre o deserto da selva de pedras chamada Jampa (ô nome feio), e quando cheguei,  cheguei, é porque nasci no mato e o mato ficou lá.

Não tem verde mais intenso que o abacateiro, “acataremos teu ato, nós também somos do mato, como o pato e o leão. Aguardaremos brincaremos no regato, até que nos tragam frutos, teu amor, teu coração”, de Gilberto Gil.

Não sei que nome me darei se estou + da metade da vida – talvez eterno temporão ou  nem sequer outro nome de pia tenho, tive, talvez eu, tu, eles.

Ao tentar dar bom dia sem convencer ou ter que conversar, que outros o façam porque são poucos os senhores que no ensinam coisas boas e bem mais raros os que leem livros devidamente sonhadores com nossa identidade.

O tráfego na cidade com que em tempos estamos não pode nos impedir do bom dia – “é tão bom dormir e tão bom despertar”.

Todos nós, mais tarde ou mais cedo, teremos um sonho com a felicidade de encontrar onde deitar nosso corpo, e morrer.

Kapetadas

1 –  É uma onda de conservadorismo tão grande que, aqueles que pensam fora da caixa, logo vão parar no caixão.

2 – Tá foda. As criaturas agora atentas ao “diga-me quem segues e eu te direi quem tu és”

3 – A ilustração é inspirada no filme “Rosa e Momo” de Eduardo Ponti, com Sophia Loren.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB