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Graduada em direito e pós graduada em direito criminal e família, membro da academia de letras e artes de Goiás, tenho uma paixão pela escrita Acredito no poder das palavras para transformar realidades e conectar pessoas

Uma nova era de intolerância

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publicado em 22/01/2025 ás 07h00
atualizado em 21/01/2025 ás 17h28

A eleição e posse do novo líder nos Estados Unidos trouxe consigo uma onda de promessas polêmicas e ações que ameaçam os direitos de diversos grupos. Entre suas primeiras declarações, destaca-se a imposição de que, a partir de agora, o país reconhecerá apenas dois gêneros: feminino e masculino. Essa medida não apenas ignora a existência de identidades não-binárias e outras expressões de gênero, mas também levanta questões sobre o futuro dos direitos LGBTQIA+ em um ambiente que já se mostra hostil.

Além disso, o presidente promete implementar o “maior programa de deportação de criminosos da história”, utilizando a antiga “Lei dos Inimigos Estrangeiros” para justificar deportações em massa. Com mais de 11 milhões de imigrantes indocumentados vivendo nos EUA, essa ação não será simples. O governo terá que enfrentar embaraços diplomáticos ao tentar convencer países como Cuba, México e Venezuela a receberem seus cidadãos deportados.

Os impactos dessas políticas vão além das relações exteriores. A economia americana pode sofrer com a perda de uma força de trabalho significativa, composta por cerca de oito milhões de imigrantes que atuam em setores essenciais como serviços, construção civil e agricultura. Estima-se que o custo das deportações em massa possa chegar a quase US$ 1 trilhão, um desvio significativo de recursos que poderiam ser utilizados em investimentos mais produtivos. E agora?

O discurso do novo presidente também foi marcado por ameaças à soberania dos países vizinhos, com declarações sobre anexar o Canadá e retomar o controle do canal do Panamá. Essas bravatas podem ser vistas como uma tentativa de reafirmar a hegemonia americana, mas trazem à tona uma retórica perigosa que ressoa com ideologias extremistas.

A ascensão desse governo não apenas alimenta a homofobia e xenofobia, mas também dá espaço à misoginia e gestos nazistas, alimentando aplausos à supremacia branca.

Apesar das ameaças deste novo governo, é importante lembrar que, conforme refletiu Maquiavel, a aparência de poder pode ser enganosa.

A verdadeira força reside na capacidade de unir aqueles que lutam por justiça e igualdade. Quando as vozes se erguem em uníssono contra a opressão, o que parece um titã inabalável pode se revelar vulnerável.  Quem viver, verá.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB