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Francisco Leite Duarte é Advogado tributarista, Auditor-fiscal da Receita Federal (aposentado), Professor de Direito Tributário e Administrativo na Universidade Estadual da Paraíba, Mestre em Direito econômico, Doutor em direitos humanos e desenvolvimento e Escritor. Foi Prêmio estadual de educação fiscal ( 2019) e Prêmio Nacional de educação fiscal em 2016 e 2019. Tem várias publicações no Direito Tributário, com destaque para o seu Direito Tributário: Teoria e prática (Revista dos tribunais, já na 4 edição). Na Literatura publicou dois romances “A vovó é louca” e “O Pequeno Davi”. Publicou, igualmente, uma coletânea de contos chamada “Crimes de agosto”, um livro de memórias ( “Os longos olhos da espera”), e dois livros de crônicas: “Nos tempos do capitão” …

Que choro é esse?

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publicado em 24/01/2025 ás 07h00
atualizado em 23/01/2025 ás 21h03

 

Dizem os maus bicos que, no aeroporto da cidade, o galo Rachadó, emocionado, chorou, copiosamente, porque não pôde comparecer à festa de posse da Grande Raposa Branca.

A culpa não foi da raposa, tanto é que, dias antes, o galináceo ouvira um grunhido solto por aí, insinuando que sua ida para a terra do tio Sam seria um imperativo da nova ordem mundial.

Ser impedido de ir a tão grande evento foi demais, por isso que o choro do galo Rachadó desceu pelo seu gorgomilo, piruetou lá dentro, subiu em avançado reboliço pelo gogó e o deixou parecido com uma galinha pintadinha, digo, vermelhinha.

Cruz credo!  O galo Rachadó troca de galinha como troca de penas do sobrecu, mas é galo do bem, defensor da família e dos bons costumes. Como ele, um autêntico patriota, poderia gostar das cores comunistas?

O fato é que é foi triste enviar para a mega festa, substituindo-o, a galinha-dama, o maquiador dela e um dos filhos, o número 2, afora um montão de pintinhos deslumbrados, cuja missão seria a de implorar ao comedor das galinhas mundiais, a salvação dos poleiros do Brasil.

A Grande Raposa Branca grunhiu em um inglês escorreito, o de que as galinhas brasileiras não seriam prioridade para ela e que, sequer, se lembrava onde ficava esse poleirão latino-americano. Quanto ao número 2, talvez até o comesse um dia, caso faltasse urubu no mundo, mas “eca”! (Claro, o “eca” em inglês republicano).

Sem ter o que fazer nos EUA, a galinha-dama ficou zanzando com seu maquiador dentro de um estádio de futebol. Que pena! Tão bem vestida, a ilibada santa pulando com um pé só. Merecia melhor destino, não ficar tremendo o bico de tanto frio, apoiada em uma simples asa de um maquiador mequetrefe, embora bonitinho.

Tem nada não. O galo Rachadó confia que ventos pixilinguentos hão de chegar. Intuiu isso quando uma das raposas mais gulosas do mundo, na posse da coirmã, a Grande Raposa Branca, bicou o próprio peito, empolgou-se e estirou seu bico em forma de X, simbolizando um futuro carniceiro.

O Galo Rachadó, levantou as penas do rabo, emocionou-se e, empertigado, piou para todo mundo ouvir: vem meu amo, vem!

@professorchicoleite

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