João Pessoa, 29 de setembro de 2011 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Antes de se embasar na concepção do douto procurador do Trabalho, Eduardo Varandas, para quem a terceirização dos serviços públicos de saúde é ilegal, ilícita e imoral, os deputados da Oposição deveriam brecar um pouco para não cuspir no prato que o Governo passado preparou, mas não comeu talvez por motivos indigestos.
Não é possível que quem compôs e sustentou a gestão passada ignore completamente que esse processo foi iniciado pelas mãos do doutor José Maria de França, obviamente com o aval, endosso e apoio do então governador José Maranhão.
A única diferença entre a pactuação de agora e a que projetava o outro governo reside na organização escolhida à época pelo Maranhão III, o Instituto de Responsabilidade Social Sírio Libanês, responsável pela bem sucedida administração de dezenas hospitais públicos do município de São Paulo.
Graças à parceria da Prefeitura paulistana com o Sírio Libanês, o Hospital Infantil Menino Jesus, por exemplo, teve a capacidade de atendimento dobrada e toda estrutura renovada. Pelas palavras de Zé Maria, era esse mesmo Instituto que iria gerenciar alguns hospitais paraibanos, se Maranhão tivesse sido reeleito.
A Oposição de hoje, governo de ontem, tem todo o direito de levantar suspeitas sobre a idoneidade da Cruz Vermelha e de seus dirigentes na Paraíba e até de exigir uma seleção mais rigorosa de outra Organização Social para o Trauma. Só não tem condição de fazer um debate ideológico sobre esse tema. Se o faz, age com continental hipocrisia.
Último a saber –
Apesar de ter sido um vice entrosado, o deputado Luciano Cartaxo (PT) jura que, à época, não soube dos planos de Maranhão e Zé Maria pela terceirização.
O indomável –
Voto pela reprovação da MP do Trauma, o deputado Janduhy Carneiro avisou ao Governo: “Não vou votar cegamente, só balançando a cabeça”.
Cada um no seu quadrado –
A posição de Janduhy e as declarações de ontem foram a gota d’água para o incontornável rompimento. Conhecido pelo excessivo comedimento, o líder do Governo, Hervázio Bezerra, não teve mais como segurar a onda. “Tenho razões de sobra para entender que Janduhy fez uma opção pessoal. Pela Oposição”.
Orçamento abriga sugestões populares –
Os deputados terão tempo de sobra para analisar a proposta orçamentária para o exercício 2012, que desembarcou ontem na Assembléia. O projeto contempla quase metade das sugestões debatidas pela população no Orçamento Democrático.
PSD e a conjuntura local –
Oficialmente presidente do homologado PSD, o vice-governador Rômulo Gouveia vai precisar de seu inesgotável jogo de cintura para conciliar a ampliação do partido com a relação com Ricardo. Mas já avisou desinteresse em filiar adversários do Governo.
Raio-X –
Depois do deputado Tião Gomes (PSL), agora Anísio Maia (PT) também defende a instalação de uma CPI para radiografar o Hospital de Trauma.
Caso das ambulâncias –
O deputado Adriano Galdino (PSB). “De politicagem o governo passado entendia bem. Pocinhos não recebeu porque eu não me curvei a Maranhão”.
Medo de quê? –
O presidente da OAB, na Paraíba, Odon Bezerra, condenou o lobby da magistratura para solapar o poder de investigação do CNJ. “É um retrocesso”.
Proteção –
O presidente da Associação dos Magistrados do Trabalho da 13ª Região, Adriano Mesquita Dantas, defende mais segurança para os juízes na Paraíba.
Vai recorrer –
Notificado da decisão da juíza Lúcia Ramalho, o presidente da Câmara, Durval Ferreira, manteve a ponderação. “Vamos cumprir e acionar nossa assessoria”.
Partilha –
O senador Wilson Santiago (PMDB) peitou o paraibano Lindberg Farias (PT-RJ) em aparte no debate dos royalties e acusou os cariocas de radicalização.
Luz vermelha –
Os ex-vereadores Fuba, Padre Adelino e Nadja Palitot, com filiações engatilhadas ao PT de João Pessoa, receberam alerta do vice-presidente Jackson Macedo.
Topam tudo? –
“São bem-vindos. Espero que eles saibam que o PT tanto pode ter candidato como apoiar Agra. Eles terão que seguir uma ou outra decisão”, avisou.
Plugado –
Depois do programa virtual “Papo com o Prefeito”, Luciano Agra (PSB) tomou gosto e anda estudando mais a fundo as ferramentas das redes sociais.
Paz e amor –
Com passaporte carimbado para a Delegacia da Agricultura, Giucélia Figueiredo (PT) quer ser parceira do Governo. “Meu trabalho será apartidário”.
PINGO QUENTE – “Acordei cedo, mas cochilei na hora da abertura”. Do vereador Sales Dantas (PR), justificando ausência na sessão declaratória de ontem na Câmara de João Pessoa, apesar de ter batido ponto e despachado no gabinete.
*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba
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OPINIÃO - 22/11/2024