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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

 Perdi minha alegria

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publicado em 01/02/2025 ás 07h00
atualizado em 01/02/2025 ás 11h34

A vida é um sacrifício. Já paguei tantos boletos, tantas desilusões.

Eu já vivi tanto, que já posso pensar na viagem, na passagem, que todos têm que fazer um dia.

Desde então apenas procuro isso – ser digno, viver para amar e sentir-me à vontade, ocasionalmente, como uma visita que surpreende a própria casa onde mora.

Minha família não participou de nenhuma revolução. Erámos pacatos, queridos, engraçados, mas sempre com hombridade.

Primeiro que tudo vem a educação. Isso meu pai me deu. E me deu as palavras para ganhar a vida, o pão, o mundo – mas ganhar o mundo é uma sensação muito estranha.

 Qualquer palavra agora seria escusada. Até os versos dos poemas de Drummond.  Palavras são cânticos de alegria, e, às vezes, piedade.

Eu perdi minha alegria.

Meu coração – simplificado com uma simbologia e eu sinto que ele deixou de ser invisível, como se quisesse sair pela boca e, deixou
de ter o que dizer.

Puxa vida! Alguém aí me empreste um coração.

Hoje não tem kapetadas

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