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Graduada em direito e pós graduada em direito criminal e família, membro da academia de letras e artes de Goiás, tenho uma paixão pela escrita Acredito no poder das palavras para transformar realidades e conectar pessoas

A tristeza e o conhecimento

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publicado em 11/02/2025 ás 07h00
atualizado em 10/02/2025 ás 19h05

Há um tipo de tristeza que se instala na alma, uma sombra que se estende à medida que a compreensão se aprofunda. É a tristeza que nasce do olhar atento, que revela o mundo em sua essência nua e crua. Quando nos deparamos com a verdade, percebemos que a vida não é uma grande aventura repleta de emoções intensas, mas sim uma sucessão de pequenos momentos frequentemente considerados insignificantes.

E o amor? Crescemos alimentados por histórias de príncipes e princesas, onde o amor é apresentado como um conto de fadas. Mas a realidade nos ensina que o amor é uma emoção frágil e passageira. Ele não é um laço eterno, mas um fio delicado que pode se romper a qualquer instante. Os sorrisos trocados e os abraços calorosos podem ser seguidos por desentendimentos e mágoas, mostrando-nos que o amor é feito de imperfeições e vulnerabilidades.

A felicidade, então, se revela como um conceito efêmero. Não existe um estado permanente de alegria; ela aparece em breves vislumbres — um pôr do sol radiante ou o sorriso sincero de um amigo. Esses momentos são raros e fugazes, como estrelas cadentes que iluminam o céu por um breve instante, deixando-nos com a saudade daquilo que não conseguimos segurar.

Nesse entendimento profundo da realidade, surge uma solidão imensa. À medida que nos tornamos cientes da fragilidade da vida e das relações humanas, sentimos um distanciamento do mundo ao nosso redor. A desconexão se torna palpável; as interações superficiais parecem não preencher o vazio criado pela percepção da impermanência.

No entanto, essa solidão pode nos ensinar algo valioso. Ao reconhecermos a efemeridade das experiências e dos sentimentos, encontramos um espaço para cultivar empatia. A dor do outro ressoa em nós; as cicatrizes emocionais tornam-se laços invisíveis que nos unem na vulnerabilidade compartilhada.

Assim, ao observarmos o mundo com olhos mais atentos, podemos aprender a valorizar os pequenos momentos — aqueles que antes passavam despercebidos. É na simplicidade do cotidiano que encontramos beleza e significado. E mesmo quando a tristeza do saber demais nos envolve como uma névoa pesada, podemos escolher encontrar luz nas pequenas coisas: no calor de uma conversa sincera, no toque suave de uma mão amiga ou na risada espontânea que quebra o silêncio.

No fim das contas, viver é aceitar essa dualidade entre tristeza e alegria. É reconhecer que cada momento — por mais insignificante que pareça — carrega consigo uma carga emocional única. E assim seguimos adiante, aprendendo a dançar com as sombras enquanto buscamos os raios de luz em meio à complexidade da vida.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB