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Prestes a completar um mês no seu segundo mandato como 47. ° presidente dos Estados Unidos da América, o verborrágico Donald Trump assusta o mundo ameaçando implementar medidas estapafúrdias, assumidas na campanha presidencial. Trump volta à cena mundial sendo taxado às vezes como louco, imperialista e também como um inveterado bravateiro.
Empoderado com um maciço apoio popular as suas propostas de governo, Trump obteve uma vitória acachapante no Colégio Eleitoral e no Congresso que o colocou de volta ao comando da nação de maior poderio econômico e militar do planeta. Com propostas esdruxulas como a de tornar a Faixa de Gaza na Riviera do Oriente Médio, anexar o Canadá e a Groelândia, e retomar o Canal do Panamá o fato é que o mandatário norte- americano vem imprimindo a cada dia seu estilo disruptivo de governar.
O Trump é uma figura indecifrável, impossível saber nas suas falas se está blefando ou falando a verdade, postura essa que inaugura um novo paradigma geopolítico deixando em parafuso seus adversários da esquerda mundial que esqueceram de ler seu livro The Art of the Deal (A arte do Negócio) onde o republicano detalha todas essas suas técnicas de negociação.
Fez isso com o Panamá, ameaçando para depois negociar. Uma visita do ministro das Relações Exteriores, Marco Rubio, resolveu o imbróglio fechando um acordo com o presidente José Mulino sobre a operação do Canal que redundou na saída daquele país do grandioso projeto chinês chamado da Nova Rota da Seda. Vitória de Tump!
Com uma ameaça de impor uma brutal taxa tarifaria aos produtos importados do México e a Colômbia conseguiu um acordo com esses países para controle da imigração ilegal e o combate ao narcotráfico. Agora a fronteira entre os EUA e o México é vigiada por 10 mil militares mexicanos, ou seja, o próprio exercito mexicano está combatendo a imigração ilegal para os EUA.
Algo impensável e inovador em termos de acordos bilaterais para mitigar este tipo de problema.
Na sua cruzada de tornar realidade um seus bordões de campanha América First (América primeiro) congelou a maioria dos fundos de ajuda externa dos EUA elegendo como alvo principal o fechamento da USAID (Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional) órgão responsável por 40% de toda ajuda humanitária aplicada no mundo.
Uma decisão controversa que foi executada por Elon Musk diretor do recém-criado Departamento de Eficiência Governamental (Doge) sob alegação a agência estava financiando projetos que contrariam interesses dos EUA inclusive com um profundo alinhamento com a agenda Woke que congrega politicas liberais de esquerda que defendem temas como direito ao aborto, o uso de pronomes de gênero neutro e o movimento LGBTQIA+.
O efeito Trump alcançou o Brasil com tarifaço de 25% sobre o aço e alumínio importados de todo o mundo, medida que a princípio irritou o presidente Lula da Silva ameaçando retaliar, mas foi sabiamente contido a tempo pelo Itamaraty.
Finalmente a diplomacia brasileira conseguiu decifrar o imprevisível “diabo loiro” e não entrou nessa guerra comercial global do perde-perde, adotou o pragmatismo como resposta na busca de um vantajoso acordo, como ocorreu com essas mesmas taxações, no primeiro mandato do republicano. Essa é a saída.
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POLO TURÍSTICO - 20/02/2025