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Graduada em direito e pós graduada em direito criminal e família, membro da academia de letras e artes de Goiás, tenho uma paixão pela escrita Acredito no poder das palavras para transformar realidades e conectar pessoas

O tempo ensina

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publicado em 20/02/2025 ás 07h00
atualizado em 19/02/2025 ás 22h08

Não são os anos que realmente nos transformam; são os golpes da vida que nos ensinam a enxergar as injustiças que nos cercam. Beijos e abraços que se mostram falsos, a mão que nunca chega quando mais precisamos, meias verdades que se disfarçam de sinceridade. Sonhos desfeitos, como castelos de areia levados pela maré; amizades perdidas, como folhas secas levadas pelo vento.

Vivemos cercados pelos desprezíveis da vida, aqueles que entram e saem sem deixar rastro, amores passageiros que duram apenas dois dias, como uma chama que arde rápido e se apaga sem aviso. As palavras que ferem ficam marcadas na alma, silêncios covardes ecoam como gritos em um vazio ensurdecedor. Desilusões se acumulam, encurraladas em sacos pelos cantos da mente, esperando um momento de libertação.

O tempo não é o responsável por nossas mudanças; ele apenas organiza as peças do quebra-cabeça. É a vida, com suas lições ásperas e duras, que nos molda. A cada experiência vivida, somos instigados a abrir os olhos para o que realmente importa. Mais vale enxergar a verdade uma única vez do que passar a vida inteira vivendo em cegueira.

Acordar para a realidade é um ato de coragem; é um convite ao crescimento. Ao abrir os olhos, percebemos as belezas escondidas nas pequenas coisas: um sorriso genuíno, um gesto de bondade inesperado, a presença de alguém que realmente se importa. É nas interações sinceras que encontramos o verdadeiro valor das relações humanas.

Portanto, não temamos os golpes da vida. Eles são mestres silenciosos, ensinando-nos sobre resiliência e empatia. Cada cicatriz traz consigo uma história; cada desilusão nos prepara para novas oportunidades. A vida é uma jornada cheia de nuances e desafios, mas também repleta de aprendizados valiosos.

No fim das contas, o tempo apenas nos dá a sabedoria necessária para discernir o essencial do superficial. E assim seguimos em frente, com os olhos abertos e o coração disposto a aceitar as lições que a vida tem a oferecer. Afinal, viver plenamente é um ato de coragem e autenticidade.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB