Uma das teorias mais conhecidas pelos estudiosos do direito é a teoria escalonada das normas jurídicas, pensada por Hans Kelsen (foto). Por tal teoria, a constituição, enquanto veículo normativo de maior envergadura, ocupa o ápice da pirâmide do sistema jurídico.

Trata-se de uma teoria seria, inteligente, amplamente aceita na modernidade, que não sofreu grandes abalos, mesmo na maior crise do positivismo radical engendrada, sobretudo, no pós guerra.

Isso, agora, corre sério risco. De monta, avassalador, capaz de solapar as suas estruturas internas, à moda daqueles organismos parasitas que tomam o corpo do hospedeiro e o come por dentro.

E há um problema maior. A derrocada da teoria não advém de estudiosos sérios, doutrinadores e juristas respeitáveis. Não. É praticada por indivíduos medíocres, rudes, torpes, a família inteira, cujo chefe odeia livros, a cultura e tem ojeriza pelos espaços de ensino, sem contar a tendência ditatorial e golpista.

Isto mesmo. Onde o bolsonarismo colocar as patas, apoiado por uma gentalha bovina e ignorante, ou desencapada do juízo, ou alienada, ou ambiciosa, a destruição chegará em largos passos. O bolsonarismo destrói tudo que denota avanço civilizatório.

A bola da vez é teoria escalalonada das normas jurídidicas. Primeiro, quiseram derrubar o STF com um cabo e uma vassoura. Depois, ensandecidos e gulosos por poder, tentaram um golpe de estado, personalizaram as instituições, usando-as para fins particulares, quiseram destruir o meio ambiente, atacaram professores, universidades, centros de pesquisa, a dignidade humana, com sua raiva por mulheres, pretos, lgbtqia+.

Sim, agora, apesar de se dizerem patriotas, invertem tudo. Para eles, a pirãmide do sistema jurídico brasileiro mudou. Em primeiro lugar, devem prevalecer os interesses dos Estados Unidos e acima dos Estados Unidos, os do queridinho deles, Elon Musk. Em segundo lugar, vem Trunp, após isso Miley, o Bozo…

E o Brasil? Ah, para o bolsonarismo, o Brasil é um penico. Mal serve para cagar dentro dele.

@professorchicoleite

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