João Pessoa, 01 de março de 2025 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Nada é mais desolador hoje do que ir à procura do Zé Pereira, não porque hoje é sábado, mas porque se dá por nenhum, por nada que não se fique pelas timidezes e avanços dos redundantes. Coitado do Zé Pereira, uma mera transcrição arquetípica do “malandro”.
Zé Pereira, arrastado numa imagem, que nos devolva a mocidade que ficou sujeita a noções intragáveis, a ponto de sentirmos a saudade morder o vazio. É foda, né?
Esquece o Zé, tem muitos na Paraíba. No fim, se tiver fim, o argumento é que não devemos nos opor à ideia de que o Zé é o melhor.
O delírio assinala a hora de impor a invasão à forma de vida do otário. Mas quem é o otário? Milhares…
No sinal, o engolidor de fogo usa a roupa que você usava e deve ser uma m.. engolir fogo, o querosene na boca, uma forma de expressar a miséria do cotidiano, da arte fodida, humilhada, reduzida à parada nacional do carnaval.
Curiosamente isso mantém o elo entre o Zé e a fome, um pacto que conduz a um cinismo generalizado.
O que vemos é essa enorme diferença que veleja criaturas vazias engaioladas e pelintras. É uma loucura.
Estamos sempre a traçar um resumo das relações entre as personagens Dona Flor e seus 2 maridos como anunciou o professor Cláudio Dionísio Paiva, do medo da ruptura e do desejo de ‘enganar’ (mas é apenas uma miragem: ninguém engana ninguém, todos sabem tudo desde o princípio).
Vivemos devastados por essa ilusão de que os outros se deixam enganar, e sobretudo por essa necessidade de se iludirem a si mesmos. Não havia nenhum futuro para isto, e essa era a grande promessa que a vida nos fazia.
Por isso mesmo o Zé Pereira deu no pé.
Kapetadas
1 – Se a pessoa fala que não se importa, pode ter certeza de que ela está se descabelando por isso.
2 – A calça saruel é a fralda geriátrica do neo-hippie.
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BOLETIM DA REDAÇÃO - 28/02/2025