João Pessoa, 24 de setembro de 2011 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
A visita do presidente nacional do PMDB à Paraíba foi um presente e cenário ideal para o ex-governador José Maranhão externar sentimentos até então contidos nos mais escondidos recônditos da alma, só a espera da hora certa para expressá-los.
Atiçado pelo vereador Fernando Milanez, que discordou publicamente de Waldir Raupp quanto ao “prestígio” do PMDB da Paraíba, Maranhão pegou a bola quicando e saiu chutando suas mágoas com a preterição no primeiro escalão de Dilma.
Foi notória a saia justa e o desconforto do presidente nacional peemedebista assistindo desafogo público de um ex-governador, aliado das últimas vitórias do PT, e líder da maior bancada federal do PMDB, proporcionalmente.
Ao externar a insatisfação, sem querer Maranhão revelou que sempre jogou pra platéia cada vez que “rejeitava” os cargos para os quais foi havido como “cotado”. O desabafo lhe tirou do patamar de cortejado para a condição de preterido.
Maranhão queria prestígio. Dilma não cedeu. Maranhão trabalhava por um grande espaço no Governo Federal. A presidente ignorou. O que estava no campo das especulações e do discurso dos adversários se transformou em fato com o testemunho do próprio protagonista da questão.
Se assumiu fragilidade política e desprestígio na órbita do Planalto, Maranhão pelo menos mostrou que tem coragem de bradar, mesmo quase rouco pelos efeitos da distância do poder. Mas demorou demais. A essa hora, um grito soa quase como um pio.
Opção 1 –
A questão é: o Planalto relega Maranhão por desconsideração e ausência de reciprocidade para com um aliado, como reclama o ex-governador?
Opção 2 –
Ou é o peemedebista que não ostenta o perfil político requerido pela exigente presidente Dilma Roussef? Ou será as duas coisas juntas e ao mesmo tempo?
Maranhão empolgado, Manoel escanteado –
Além de “falar grosso” sobre a preterição do PMDB da Paraíba no escalão de estrelas do Governo Federal, Maranhão chegou à reunião na sede do partido falando na sua candidatura à Prefeitura de João Pessoa. Se não fosse a perspicácia dos repórteres, o velho cacique não teria lembrado que Manoel Júnior ainda disputa o mesmo posto.
Baixa em dia de grande relevo –
O quórum de comparecimento peemedebista na coletiva de Waldir Raupp foi baixo. Nem parecia que o partido vivia os preparativos de um seminário e recebia um líder nacional. Ou a ausência foi premeditada e articulada para simbolizar um recado?
Depois das tuitadas… –
Foi interessante ver o ex-governador Cássio, quem um dia anterior havia se queixado da descortesia de Cícero Lucena em não convidá-lo para jantar com Serra, fazer dobradinha com o senador durante parte da agenda do paulista em João Pessoa.
Não gostou –
“Isso é uma brincadeira de mau gosto.”. Reclamação do senador Cícero sobre a repercussão na mídia do não convite a Cássio para o concorrido jantar.
Alvo errado –
Cícero dirigiu censura à imprensa, mas foi o próprio ex-governador quem fez questão de expor insatisfação sobre o que considerou uma descortesia.
Lupa –
Fiscais da Agência Nacional de Saúde passaram a semana realizando inspeções nos hospitais públicos e privados de João Pessoa. Tem gente tremendo.
Mergulho –
Enquanto colegas da Oposição insinuam pauta cubana, assessoria do vereador Bira Pereira (PSB) garante que o vereador não tirou os pés da Paraíba.
Vale do Piancó –
A cúpula do PMDB paraibano desembarca hoje em Itaporanga para a convenção que renovará o mandato de Antônio Porcino na presidência municipal.
Montados –
Se os salários no Fisco variam de R$ 8 a R$ 17 mil, imagine qual tamanho fica a remuneração dos agentes fiscais com o benefício do subsídio.
Terceirização –
A Oposição comemorou ontem a nova decisão da juíza Lúcia Ramalho suspendendo os efeitos da Lei da Prefeitura de João Pessoa que trata das OS’s.
Recurso –
O procurador Vandalberto Carvalho anunciou que entra na segunda no Tribunal de Justiça com agravo de instrumento contra a sentença da 5ª Vara.
Artigo 264 –
“A Prefeitura foi citada no processo. Ela teria que ser ouvida antes da decisão. Por isso, a chance dessa sentença ser derrubada é grande”, sustenta Carvalho.
Maioridade –
O deputado Tião Gomes decidiu ignorar a ira de Aníbal Marcolino, rifado da presidência do PSL de João Pessoa. “Ele faz o que quiser da vida”.
PINGO QUENTE – “Ele não entrava no pagode, mas agora é o maestro de Agra”. Do vereador Fernando Milanez (PMDB) questionando em prosa a coerência musical e política do colega e poeta Bruno Farias, eleito pela Oposição e agora líder governista.
*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba
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OPINIÃO - 22/11/2024