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Ré por discriminação, Eliza se diz ‘perseguida’: “Uma injustiça”

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publicado em 06/03/2025 ás 18h55
atualizado em 06/03/2025 ás 19h06

A vereadora de João Pessoa, Eliza Virgínia (PP), foi alvo de uma denúncia do Ministério Público Federal (MPF), nesta quinta-feira (6), declarações envolvendo os direitos da comunidade LGBTQIA+ em suas redes sociais. Em entrevista ao Programa Hora H e Portal MaisPB, a parlamentar alegou que sua intenção sempre foi defender a mulher e afirmou ser “perseguida”.

“Eu sou mulher, fui eleita por um povo que me confiou para defender uma causa, e como vereadora, eu tenho a obrigação de falar o que minha comunidade pensa (…) Eu acho uma perseguição, uma injustiça muito grande, e eu acho até uma misoginia do que estão fazendo comigo há muitos anos”, declarou.

Eliza Virgínia disse, na entrevista, que as mulheres cisgênero estão perdendo seus direitos ao serem superadas em competições por mulheres trans, que, segundo ela, possuem uma vantagem biológica devido à virilidade do corpo masculino.

“Mulher que menstrua, mulher que gera, mulher que fica grávida, mulher que tem cólica, que tem hormônios femininos, vai competir com uma mulher trans que não menstrua, que não tem problema de cólica, e que está lá pronta, cheia de força, cheia de virilidade do homem biológico”, afirmou.

Em relação à denúncia do MPF, que afirma que suas falas incentivam a exclusão e a intolerância contra a população LGBTQIA+, Eliza Virgínia nega qualquer intenção de incitar ódio.

“Eu nunca excitei ódio, isso aí é uma coisa que eu repudio. O que eu faço é responder ao que está acontecendo no cotidiano das pessoas, que estão sendo injustiçadas”, disse a vereadora.

O MPF solicita que a vereadora seja condenada com a aplicação das penas previstas pela Lei do Racismo, que pode variar entre 2 e 5 anos de prisão por cada postagem discriminatória, além de multa e reparação dos danos sociais à coletividade LGBTQIA+. Se condenada, a vereadora pode enfrentar penas cumulativas, que poderiam somar de 12 a 30 anos de reclusão. O desfecho dessa ação promete ser um marco importante no debate jurídico e político sobre a liberdade de expressão no Brasil.

MaisPB