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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

O Leopardo, magnifico!

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publicado em 11/03/2025 ás 07h00
atualizado em 11/03/2025 ás 07h33

Uma das poucas vezes a que temos mesmo que prestar toda atenção se queremos ganhar consciência daquilo que se passa e se adianta é saber que tudo se transforma e outros seguem por nós. É essa a sensação que passa a serie ´O Leopardo´ criada por Richard Warlow e Benji Walters.

Ambientada na Sicília turbulenta da década de 1860, do romance de Giuseppe Tomasi di Lampedusa, ´O Leopardo´ foca na história de Don Fabrizio Corbera, Príncipe de Salina, interpretado por Kim Rossi Stuart. As imagens mostram tudo – traição, fartura, amor e morte, mas tem as danças, a natureza, a doença e a loucura, sem semear nostalgia.

Tudo é transformação.

´O Leopardo´ oferece uma visão moderna de uma história clássica sobre a resistência em tempos de mudança. Então, a quem interessar, possa.

Um príncipe que conversa com as flores já é um final feliz. Um dardo de cada um nós a dizer que a vida se gasta com o tempo sem que cheguemos a conhecer esperas, mas a vida não é só de despedidas.

Talvez dançar onde os salões são deslumbrativos e as coreografias desejadas e não nos falta vontade de seguir os passos do Príncipe, o semblante, as suas mãos,  habilidoso como um artesão ou semelhante às manhãs sem rosto, nem nome, quando todos são parecidos com nós mesmos. Assim como nos pântanos, entre crocodilos.

Aquilo que muitas vezes perseguimos até um símbolo que hoje mantém viva a companhia, mas nunca de nós se afasta – nós mesmos, os príncipes destrocados, por caudais numa rapidez com que um volume escoa, onde a arte imita muito bem a vida

Há uma ligeireza na leitura que fazemos das coisas que vivemos ou fora delas, que é condição de dizer sim ao não, sem sequer aceitar o que traria desde logo o peso de uma dúvida, ou dúvida nenhuma. Afinal, o que quer o que pode ´O Leopardo´?

O melhor da série é que ela  transporta um  êxtase, um impulso para sair de um lugar, para um mundo sem história que o detenha ou obrigue ser ´O Leopardo´.

Como qualquer coisa que existe, as expectativas, ´O Leopardo´ mora dentro de nós e celebra a insistência de decisões que precisam ser feitas. Ou refeitas. Feito um defeito, um efeito no estúpido senso comum.

Vejam a série.

Kapetadas

1 – Sucesso é ter paz.

2 – Primeiro você começa, depois você procrastina.

Vejam o trailer aqui

O Leopardo – Conheça a nova série italiana de época da Netflix | em 2025

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