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É formado em Direito pela UFPB e exerce funções dedicadas à Cultura desde o ano de 1999. Trabalhou com teatro e produção nas diversas áreas da Cultura, tendo realizado trabalhos importantes com nomes bastante conhecidos, tais como, Dercy Golcalves, Maria Bethania, Bibi Ferreira, Gal Costa, Elisa Lucinda, Nelson Sargento, Beth Carvalho, Beth Goulart, Alcione, Maria Gadu, Marina Lima, Angela Maria, Michel Bercovitch, Domingos de Oliveira e Dzi Croquettes. Dedica-se ao projeto “100 Crônicas” tendo publicado 100 Crônicas de Pandemia, em 2020, e lancará em breve seu mais recente título: 100 Crônicas da Segunda Onda.

Troquei café por cevada!

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publicado em 23/03/2025 ás 07h56

Ninguém reclama da carestia, parece que o caro normalizou. Nunca mais vi alguém reclamando do preço do azeite. Eu aqui em casa compro um de marca “vagaba” mais em conta que tem uma mistura de óleo de soja, esse eu uso para cozinhar, o outro com pó de ouro( só pode ser pelo preço) uso apenas para borrifar na salada e nada mais. Carne aqui só para dar sabor ao feijão, o velho frango tem reinado na parte do congelador e na mesa desde a pandemia.

Na real, como diz meu amigo: “acho que todo mundo aceitou que agora um simples café da manhã exige financiamento. Troquei todas as marcas por opções mais baratas e, mesmo assim, encher o carrinho virou um sonho distante – quase um privilégio. Do jeito que vai; comer um “roscovo” será coisa de gente milionária, zóião vai ser pra rico, eu já estou considerando parcelar um pé de alface em 12 vezes sem juros”.

O famoso coentro já entrou pra lista dos produtos chiques junto com o pimentão.

Comprei sementes e como coentro moído, comprei páprica e deixei pra lá o pimentão in natura e no caso do café, comprei cevada, sempre gostei de cevada, quem me ensinou foi meu avô, pedia pra que trocássemos o consumo de café por cevada para que não sofrêssemos com o excesso de cafeína no corpo, sem falar que ainda encontro cevada a seis reais no mercado, uma deliciosa combinação de preço e sabor, pouca gente nota a diferença.

Da última vez que estive no mercado, chegou um homem de aparência de “cracudo” e pediu para que eu comprasse o leite em pó das crianças dele (na verdade eles trocam ou revendem barato para o consumo do temido “crack”) eu na minha sinceridade disse ao moço que era impossível, pois já fazia 4 anos que aquele produto não entrava na minha casa, pois era caríssimo; resultado, a fila toda sorriu com minha resposta, inclusive ele, apertando seus olhos verdes miúdos, sua pele ficou avermelhada e seu sorrisão, dente sim/dente não, apareceu radiante. Não está fácil pra ninguém, agora estou aqui matutando, arrumando um jeito de se esquivar da alta de 190% do cacau na Páscoa.

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