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peregrino da caridade

Papa Francisco assina decreto que torna Padre Ibiapina venerável para a Igreja

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publicado em 31/03/2025 ás 13h59
atualizado em 31/03/2025 ás 14h50

O Vaticano reconheceu, nesta segunda-feira (31), o Padre Ibiapina como venerável. O decreto foi assinado pelo Papa Francisco.

“Foi reconhecido como venerável por sua existência exemplar, por ter vivido uma fé intensa, alimentada pela oração constante e pela Eucaristia e evidenciada por sua constante confiança em Deus e em sua Providência em cada escolha de vida. A fama de santidade que o acompanhou durante sua vida continuou após sua morte, acompanhada de testemunhos de graças”, disse o Vaticano.

Padre Ibiapina foi sacerdote da arquidiocese da Paraíba e, durante a epidemia de cólera, ficou conhecido como “peregrino da caridade”. Ele fundou diversas casas de acolhimento e assistência à saúde, educação cultural e moral, formação religiosa e profissionalizante nas regiões da Paraíba e do Rio Grande do Norte.

Em nota, a Diocese de Guarabira disse que “se alegra no dia com a notícia do reconhecimento das virtudes heroicas do Padre Ibiapina, o tornando venerável para a igreja”.

Quem foi Padre Ibiapina

Brasileiro, natural de Sobral, no Estado do Ceará, José Antônio Maria Ibiapina, nasceu em 5 de agosto de 1806. Ingressou no seminário de Olinda (Pernambuco) em 1823, onde permaneceu apenas três meses devido à morte prematura de sua mãe. Quando eclodiu a revolta antilusitana em 1824, durante a qual seu pai e seu irmão foram presos como rebeldes, o primeiro executado e o segundo condenado ao exílio, José foi obrigado a dedicar-se aos estudos jurídicos para poder exercer uma profissão e sustentar suas irmãs que continuavam na pobreza. Após se formar em Direito, tornou-se professor e depois magistrado e delegado de Polícia da Prefeitura de Quixeramobim-Ceará.

Em 2 de maio de 1834, foi eleito para o Parlamento Nacional e lhe foi confiada a presidência da Comissão de Justiça Criminal. Em 1835, ele apresentou um projeto de lei para impedir o desembarque de escravos vindos da África em território brasileiro. Mas como suas tentativas de melhorar o sistema judiciário não tiveram sucesso, ele renunciou ao cargo de juiz e, uma vez encerrado seu mandato, não renovou sua candidatura ao Parlamento e mudou-se para Recife a fim de exercer a advocacia ao lado dos mais pobres. Em 1850, ele abandonou sua carreira jurídica, retirou-se para a solidão e voltou a cultivar sua vocação inicial e, em 1853, foi ordenado sacerdote.

Ele também organizou missões populares e fez construir igrejas, capelas, hospitais e orfanatos. No final de 1875, ele foi acometido por uma paralisia progressiva dos membros inferiores e foi obrigado a se locomover numa cadeira de rodas. Tendo piorado irreversivelmente, faleceu em 19 de fevereiro de 1883.

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