João Pessoa, 07 de fevereiro de 2015 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Tudo bem que o intervalo de eleições no Brasil é muito curto, mas na Paraíba nem a pausa de um ano existe. Termina uma e começa outra. Isso fica bem claro na polarização precocemente deflagrada entre o deputado Veneziano Vital, ex-prefeito, e o prefeito Romero Rodrigues, em Campina Grande.
O embate informal dos dois começou na eleição de 2014 na cidade, quando mediram forças. Veneziano Vital esquecendo as profundas divergências políticas com o governador Ricardo Coutinho, mergulhando nos grotões com seu carisma e garimpando votos pela reeleição do socialista. Romero Rodrigues arregaçando as mangas e concentrando energias para fortalecer a votação do primo e aliado, Cássio Cunha Lima.
No final das contas, Romero levou a melhor pelo resultado em si favorável a Cássio na cidade, mas Veneziano saiu fortalecido por diminuir a vantagem do clã Cunha Lima sobre Ricardo Coutinho no segundo turno. Ali, estava estabelecida uma avant premiere de 2016.
Agora, a rinha chega em pleno extemporâneo 2015 ao campo administrativo. Sempre que pode, Veneziano fustiga Romero, a quem acusa de se resumir a entregar projetos viabilizados pela gestão anterior. Um discurso até um tanto parecido com o de Cássio na campanha para minimizar as realizações do governo do adversário.
Ontem mesmo, Veneziano voltou a cutucar. O peemedebista se antecipou à inauguração de 288 casas na próxima segunda, uma ação tida por ele como viabilizada na sua administração e que agora Romero cumpre apenas o rito de entrega à população. Não é a primeira vez que o ‘cabeludo’ ataca nessa linha.
O prefeito, por sua vez, não entra no embate direto. Prefere não polemizar e nem esticar a corda. Diz que não dará “palanque antecipado” a Veneziano, interessado na polarização. Cada um com sua estratégia política, mas é a população de Campina Grande o melhor juiz para julgar a ambos. No momento certo.
*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba.
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OPINIÃO - 22/11/2024