João Pessoa, 08 de abril de 2025 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Puxa vida! 90 anos! Passaram tão depressa, no que, de resto, nos resta seguirmos na postura de Marlene Terceiro Neto, nós amigos, os filhos nora, genro e os netos. Pelo fato dela ser sertaneja e mulher, Marlene sempre teve seus opíparos e esplendores, alguém que pela sua ação emancipadora, sempre fez anos como se a Primavera fosse em abril.
Ter nascida em abril, o mesmo mês do mesmo meu filho Vítor, que ela foi vê-lo na maternidade e levou um mobile e um envelope e eu olhava para aquela mulher nos instantes mais preciosos da vida, da minha vida e da vida dela.
O tempo só acumulou amor por Marlene. Momentos assim se dizia, se diz comprometidos como o amor da terra, das nossas condições humanas empenhados em contribuir com novas gerações, edições de laços e não hesitamos quando o outro, o próximo, ela, chega até nós. Meu pensamento lá em Marlene.
Nesta quinta-feira, Marlene chega aos 90 anos e essa felicidade, com todos os direitos regidos pelos afetos por ela, para festejar a vida de uma mulher por ter conseguido os maiores êxitos em décadas, quando encontrou o amo e se casou com Dorgival Terceiro Neto, ou bem antes, quando saiu do Vale do Piancó, para estudar em Recife, por uma estrada embaixo do céu, em terra batida.
O maior presente de Marlene são os filhos, incluindo Sávio Parente, Melissa e o saudoso Júnior Camelo – claro, dessa multiplicação solar, dos filhos vieram os netos e bisnetos. Esse é o presente que Marlene desejou, que ela gerou esse legado geracional, além da convivência singular com as amizades. O maior presente de Marlene está em todos nós.
Nos últimos anos, nos encontramos em festas de seu aniversário ou do meu aniversário – ela nunca faltou – esteve ali com classe e máximas alegrias.
Por que amo Marlene? Porque a vida nos dar entender que não há coisa mais bonita do que gostar de alguém, seja homem ou mulher, gostar por gostar, por saber conquistar. Marlene, eu datilografei seu nome em minha máquina de escrever Remington.
Assim, como se fazia antigamente, daquele que veio ao mundo antes de nós, as árvores da nossa vida, fazer desse amor um laço, uma coisa que absolutamente tinha de ser, dito, escrito, pensado, para que a humanidade em nós se mantenha enquanto paisagem, digo, passagem, compreendida permanente entre nós,
Estamos passando Marlene, eu, você, nós dois – uma resistência às coisas estabelecidas, arcaicas, e gente como Marlene transforma o cenário da integridade no brilho de ser super mulher, às tantas vezes, mulher, mulher, mulher, a própria pedra tirada do caminho, desse ser mulher, maior que o homem.
Alguém soprou no meu ouvido que a família vai festejar a data no Recife, só entre eles, a vida da mãe, aquela que deu vida a Germana, tão bela, Adriana também é bonita e o rapaz Dorgival. Pois saibam que eu vou encher a Rua da Aurora, o marco zero do Recife, avisar a Dora de Caymmi, ao Bandeira e aos poemas de amor de João Cabral de Melo Neto.
Marlene das boas conversas, invariavelmente no caminho dos cem anos. Parabéns Marlene, 90 anos não é para qualquer um.
Kapetadas
1 – O mestre Steven Spielberg chegou naquele ponto maravilhoso da vida em que tudo tá bom. Meu pai era assim e viveu o resto de seus dias de uma forma plena. Meu projeto de vida é esse: escrever sobre quem merece.
2 – Não existe mais mudança de opinião por conta de argumento ou fato. Tudo virou uma questão de fé, sobre o que se acredita, e não sobre o que é. Uma vez a fé estava restrita a Deus e a Igreja, hoje ela é sobre pessoas e ideias. Vamos em frente.
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BOLETIM DA REDAÇÃO - 15/04/2025