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É formado em Direito pela UFPB e exerce funções dedicadas à Cultura desde o ano de 1999. Trabalhou com teatro e produção nas diversas áreas da Cultura, tendo realizado trabalhos importantes com nomes bastante conhecidos, tais como, Dercy Golcalves, Maria Bethania, Bibi Ferreira, Gal Costa, Elisa Lucinda, Nelson Sargento, Beth Carvalho, Beth Goulart, Alcione, Maria Gadu, Marina Lima, Angela Maria, Michel Bercovitch, Domingos de Oliveira e Dzi Croquettes. Dedica-se ao projeto “100 Crônicas” tendo publicado 100 Crônicas de Pandemia, em 2020, e lancará em breve seu mais recente título: 100 Crônicas da Segunda Onda.

O terceiro gênero na Índia

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publicado em 13/04/2025 ás 15h15

As hijras, uma comunidade de pessoas transgênero na Índia, têm uma história complexa e multifacetada. Historicamente, elas ocuparam um lugar único na sociedade indiana, com alguns textos religiosos hindus referindo-se a elas como tendo um status especial. No entanto, sua posição social tem variado ao longo do tempo, principalmente após a colonização inglesa.

   Em certos contextos, as hijras eram consideradas sagradas, com algumas tradições acreditando que elas possuíam poderes espirituais, desempenhando papéis em cerimônias e rituais, particularmente em casamentos e nascimentos, onde suas bênçãos eram consideradas auspiciosas.

 Com a chegada dos ingleses, começaram a sentir a marginalização social e apesar de sua importância religiosa, as hijras também enfrentaram discriminação significativa sendo frequentemente relegadas a papéis sociais marginais, como mendicância e prostituição.

 A legislação da era colonial britânica exacerbou ainda mais sua marginalização, rotulando-as como “tribos criminosas”.

 Mas a Índia vem se recuperando e se decolonizando nos últimos anos, já há um movimento para a mudança de nome do País e um crescente reconhecimento dos direitos das hijras em seu território.

   Em 2014, a Suprema Corte da Índia reconheceu as hijras como um “terceiro gênero”, concedendo-lhes direitos legais e proteções e isto representou um passo significativo em direção à maior inclusão e aceitação das hijras na sociedade indiana, mas devido ainda a velhos costumes da era colonial, continuam a enfrentar desafios significativos, incluindo violência, discriminação, pobreza e falta de acesso a educação e emprego.

  Organizações e ativistas estão trabalhando para promover seus direitos e melhorar suas condições de vida.

 Os desenvolvimentos legais recentes representam um passo importante em direção a uma maior inclusão, mas ainda há muito trabalho a ser feito para garantir seus direitos e bem-estar. Colônia nunca mais!

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB