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Bacharel, Especialista e Mestre em Administração (UFPB/UNP). Mestre Internacional em Comportamento Organizacional e Recursos Humanos (ISMT – Coimbra/Portugal). Especialista em Neurociências e Comportamento (PUC-RS) e em Inovação no Ensino Superior (UNIESP). Membro Imortal da Academia Paraibana de Ciência da Administração (Cadeira 28). Professor universitário (UNIESP), consultor empresarial, palestrante e escritor best-seller da Amazon. E-mail: [email protected]

Como pequenos negócios paraibanos estão migrando para o marketing digital

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publicado em 21/04/2025 ás 14h56

Nos becos de Campina Grande, nas feiras de bairro de João Pessoa ou nas quitandas do Sertão, um movimento silencioso e transformador está ganhando força. Pequenos negócios paraibanos estão descobrindo, com criatividade e coragem, o poder do marketing digital. É a passagem do boca a boca para o toque na tela, do cartaz na parede para o post no Instagram. Um novo tempo que está sendo moldado por quem sempre soube se reinventar.

Se antes bastava ter um bom ponto comercial e capricho no atendimento para garantir freguesia fiel, hoje é preciso entender também de engajamento, algoritmo e presença nas redes. Muitos pequenos empreendedores têm percebido que seus clientes estão no celular o tempo todo. E por isso, seus negócios também precisam estar.

Essa mudança, no entanto, não é apenas tecnológica. Ela é cultural, emocional, geracional. Exige desapego de velhos hábitos, aprendizado de novas ferramentas e, principalmente, disposição para se comunicar de um jeito diferente. Em Cajazeiras, a dona de uma pastelaria me contou que achava que marketing digital era coisa de loja grande. Hoje, com vídeos simples das frituras nos stories, ela conseguiu dobrar o faturamento no último São João.

O WhatsApp se tornou vitrine, balcão e caixa de atendimento. O Instagram, uma espécie de feira virtual onde se vende com imagens, vídeos, legendas e afeto. Em Patos, uma confeiteira que vendia apenas para vizinhos começou a filmar seus bolos com música de fundo. De repente, as encomendas vinham de outras cidades e ela já pensa em lançar um curso. É uma mudança de escala que começa com um celular na mão e a coragem de se mostrar.

Em Guarabira, tem barbearia anunciando horários vagos com links patrocinados. Em Monteiro, ateliê de costura vendendo pelo TikTok com vídeos bem-humorados. As tendências digitais chegam até o interior, mas ganham sotaque e jeito paraibano. Aqui, o que funciona é a autenticidade. Ganha quem sabe conversar, ouvir, confiar. O segredo não está em fazer o que o grande faz, mas em adaptar ao nosso modo de viver e empreender.

Esse movimento importa muito. Quando o pequeno negócio entra no mundo digital, ele amplia sua voz, alcança novos públicos, fortalece sua comunidade e inspira outros a também dar o primeiro passo. Em um estado com vocação empreendedora como a Paraíba, é urgente apoiar essa transição com políticas públicas, formação prática, acesso à internet de qualidade e incentivo à cultura digital.

Não se trata apenas de vender mais. É sobre construir uma marca com identidade, gerar impacto local e manter as raízes vivas em tempos de mudança. É saber que tradição e inovação não são contrárias. São complementares. O futuro do pequeno negócio começa com um clique. E continua com o que sempre fez parte da nossa história: o trabalho com afeto, a criatividade como marca registrada e a confiança construída na base da conversa.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB