João Pessoa, 23 de abril de 2025 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Na época de hoje se fala que é difícil ter e fazer amigos. Talvez não seja por falta do ser humano e sim pelas ocupações, atividades e o contato com a inteligência artificial a que ele é submetido. Nos robotizamos, e numa contradição, ao ficarmos mais próximos e íntimos, na mesma proporção tão distantes, sem alma, sem laços afetivos e desprovidos de sentimento. Diz-se: é o mundo pós-moderno. Ninguém tem tempo para nada. É o corre-corre da vida que nos faz tão mecânicos, as pessoas veem a vida passar como se fosse um filme e não fossem protagonistas de sua história. Creio que vivemos uma crise existencial. Nunca se viu falar tanto de pessoas acometidas de depressão. Não querem mais viver. Não se encontram e perderam o sentido da vida. Quando na minha mocidade e até bem pouco tempo não lembro gente falar em depressão. Por que? Parece que fomos ou éramos mais felizes? Às vezes me pego a perguntar a mim mesma: Valeu a pena o homem ter avançado tanto na tecnologia e esquecer daquilo mais importante do seu ser e de seu âmago que são seus sentimentos? Cada um como se sente e dê sua resposta.
Reportei-me com esse pensamento exposto acima, porque constatamos que somos privilegiados pois, ao longo de nossa vida, por onde passamos conquistamos amigos que tatuamos em nosso coração e que conservamos até hoje. Isto ao dizer amigos entenda-se a família, porque sempre cultivamos a amizade estendida a todos os seus membros, incluídos os nossos filhos e eles sentiam isso porque nos denominavam carinhosamente de tios. Com o crescimento, outras famílias sendo constituídas, o destino tornado diferente, não se pode alimentar a frequência de visitas, moradia distante, atividades diversas, interesses variados, entre outros. Todavia, o sentimento da amizade perdura e isto é o importante, o que ficou demonstrado quando nos encontramos no aniversário de 90 anos de Berilo Borba, realizado no dia 9 de março de 2025, no Salão de Festas do Condomínio Alphaville.
O aniversário de Berilo constituiu-se em evento marcante para todos que puderam comparecer à celebração. Tudo preparado com muito gosto e esmero pelos filhos Berilo e Débora. Logo na entrada fomos recebidos pelo aniversariante e seus filhos, seguido da tradicional foto para o devido registro. A cerimonialista nos levou até à mesa reservada para os amigos do aniversariante. Logo após, chegaram os casais Astênio e Yone, Chico Pereira e Ângela o que foi muito prazeroso ficarmos juntos quando tivemos a oportunidade de conversarmos, pois havia tempo que não nos víamos. Ambiente aconchegante, ao estilo personalizado do noventão, como falou, Auxiliadora em seu discurso de saudação. Ali estavam exclusivamente os parentes e os amigos de Berilo e Dora. O evento ocorreu como planejado, seguindo os passos ritualísticos, o serviço de buffet muito bom, com entradas, drinks e almoço saboroso, Dora, emocionada, expressou o sentimento de alegria e reconhecimento a seu cônjuge pelo clima de amor e companheirismo que marcaram os 55 anos (Bodas de esmeralda) de relacionamento e convivência harmônica. Tiveram um casal de filhos completando, assim, a felicidade do lar. Após falou Berilo Filho, enaltecendo a figura grandiosa do pai, chefe de família e avô pleno de virtudes que servira de exemplo durante todo o processo educativo, construtor da formação e que serve de espelho, pois os princípios éticos e morais do homem são válidos e perduram por toda vida.
É chegado o ápice da celebração com o pronunciamento do aniversariante, que cumprimentou a todos, pela presença de parentes e amigos. Fez uma reflexão de vida dizendo ser um privilégio chegar aos 90 anos bem vividos. Lúcido e de sã consciência sentir os prazeres da vida e poder celebrá-la junto a pessoas queridas o que era motivo de reconhecimento a Deus por estar vivendo aquele momento o que constituía uma dádiva e privilégio divino com que era agraciado. Na ocasião, comunicou o lançamento do livro de sua autoria, que iria presentear aos que ali se encontravam, intitulado “Histórias de Serra Branca, “sua terra natal. Seguiu-se o corte do bolo com o cantar dos parabéns.
O livro se refere a Serra Branca, terra onde nasceu Berilo. A história do Município confunde-se com a da própria vida de Berilo e de seus ancestrais. Daí ser oportuna a sua edição lançada em data tão significativa para o autor. Nela faz um resgate, desde o surgimento da cidade de Serra Branca, sua fundação, seus primeiros habitantes e colonizadores, dados obtidos em publicações e depoimentos de remanescentes e parentes, bem como, lembranças de histórias contadas na sua infância e retidas na memória. Aborda a estrutura e conjuntura geopolítica, cultural, religiosa e social, delineando como foi construída, administrada e politicamente organizada. A narrativa acompanha todos os passos dados em seu desenvolvimento nas diversas áreas. Para isto, enaltece figuras ilustres que contribuíram para o seu progresso. Inclusive o próprio Berilo. O quanto influenciou para os avanços e melhorias da sua evolução cultural e estrutural, como pessoa que se destacou e se destaca na sociedade paraibana, sobretudo pela capacidade administrativa que demonstrou nos cargos relevantes que assumiu no Estado da Paraíba e que pôde através deles, ajudar sua terra natal, como seu filho ilustre. Isto se constata na entrevista dada a um repórter e publicada no livro. Com esta obra, Berilo presta homenagem ao Município de Serra Branca e se perpetua como pessoa afeiçoada e que ama com fervor o torrão natal.
Ao cultuarmos a vida em toda sua plenitude, nos sentimos orgulhosos, alegres e felizes por termos vivido momento tão emocionante. Valeu!
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HORA H - 23/04/2025