João Pessoa, 16 de setembro de 2011 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Não foi apenas o deputado Manoel Júnior, integrante da lista tríplice, e nem o PMDB paraibano que passou lotado na escolha do novo ministro do Turismo. A Paraíba foi, está e continuará sendo preterida até que nossa representação política recupere a capacidade de se portar com postura mais altaneira e menos subalterna.
Estamos na rabeira do ranking das opções dos últimos ministérios do Governo Federal porque assim nos comportamos. Como um povo pequeno, pedinte e que se contenta com as migalhas ou o que mais sobrar do quintal do Palácio do Planalto.
A nossa desarticulação e completa fragmentação política nos faz patinar ao ponto de ostentarmos a condição de uma ilha de exceção negativa na região. O Rio Grande do Norte tem o sonolento Garibaldi Alves na Previdência. Pernambuco emplacou Fernando Bezerrra (Integração) e o Ceará Leônidas Cristino (Portos).
E é porque a esmagadora maioria da bancada federal paraibana é governista, além do governador da Paraíba ser de um partido da base do Governo Dilma. Mas os aliados da presidente no Estado estão muito pouco se lixando para nosso rebaixamento. Cada um tem defendido suas idéias ou gasto energia com seus projetos de poder.
Não que um ministério seja a nossa grande salvação. Óbvio que não. Mas a exclusão da Paraíba no primeiro escalão indica com qual tamanho temos sido enxergados pelo Planalto. E não adianta botar culpa em Dilma. Essa lente tem o grau da nossa visão política, que nos arremessa cegos ao buraco da insignificância.
Fraticida –
A briga autofágica e sem fim dos últimos 20 anos e que dá sinais de persistência faz os rivais grupos políticos incapazes de avalizar a nomeação de um adversário.
Politicagem –
Raramente o interesse da Paraíba consegue ultrapassar a barreira das conveniências dos agrupamentos. Enquanto isso, vamos definhando e à espera de uma nova eleição.
Manoel Júnior e o processo contra Couto –
Segundo a coluna captou, o deputado federal Manoel Júnior (PMDB) já acionou sua assessoria jurídica para processar o deputado Luiz Couto, que acusou o peemedebista de ligação com grupos de extermínio na divisa da Paraíba com Pernambuco. Aliás, segundo a imprensa nacional, esse teria sido o motivo do veto de Dilma ao paraibano.
Silêncio do PMDB –
A bancada federal peemedebista da Paraíba não esboçou qualquer tipo de reação ao suposto veto que barrou um colega do Turismo. Ou por pedido do próprio Manoel, para não expô-lo ainda mais na vexatória situação, ou por medo de desagradar ao Planalto.
Tomando o cálice que condena –
Quando um secretário se ausenta de um debate na Assembleia, a Oposição acusa o auxiliar de fugir dos debates. Quando a direção do Trauma abre as portas, os deputados oposicionistas se recusam, por estratégia. Agem com gesto idêntico ao que condenam.
Tapete grande –
Para a Oposição, a visita só vale se for de surpresa. Que caos é esse denunciado no Trauma, que se pode maquiar por um expediente inteiro?
Aprovada –
Debaixo de barulho e protesto de militantes do PSTU, PSOL e PCR, a Câmara de João Pessoa liberou o uso de organizações sociais em serviços públicos.
Virou fera –
O vereador Tavinho Santos (PTB) ficou irreconhecível, após a aprovação da matéria. Por pouco não partiu pra cima do presidente Durval Ferreira (PP).
Em vão –
Ao ouvir o anúncio de processo para anular a votação, o líder Bruno Farias (PPS) disparou: “Até agora, nenhuma das ações deles surtiu efeito”.
Afinando –
O ex-deputado Enivaldo Ribeiro acompanhou o prefeito Veneziano Vital (PMDB) durante visita às obras de asfaltamento da Avenida Dinamérica.
Conselho –
O deputado Adriano Galdino (PSB) alertou, ontem, no Correio Debate (rádio), que o Governo Ricardo precisa se abrir mais ao diálogo com a sociedade.
Aberto
O socialista revelou que já fez o alerta ao próprio governador, em conversa reservada, mas frisou que, diferente da fama, Ricardo tem se revelado acessível.
Reino girassol –
“Algumas pessoas no Governo se sentem mais importantes que o governador”, criticou Galdino, com o cuidado de omitir os nomes das “estrelas”.
Má vontade –
Depois de 15 dias de retorno ao Supremo, Joaquim Barbosa não botou em pauta nenhum processo sob sua relatoria. Mau sinal pra Cássio.
Cidadão pessoense –
Justa homenagem prestada ontem pela vereadora Sandra Marrocos (PSB) ao jornalista cajazeirense Nonato Guedes, ícone do nosso jornalismo político.
PINGO QUENTE – “Era um sonho de consumo falar com esse homem”. Do deputado Raniery Paulino (PMDB) sobre a “emoção” do seu encontro com o secretário Waldson Souza, de quem conseguiu a garantia da instalação da UPA de Guarabira.
*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba
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OPINIÃO - 22/11/2024