João Pessoa, 12 de fevereiro de 2015 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
A priori, o prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, evita o embate direto com o ex-prefeito e deputado federal Veneziano Vital, seu principal opositor na cidade. E o faz por estratégia e para vetar um palanque antecipado ao adversário, mas ontem sinalizou que não teme o debate entre passado e presente, sugerido vez em quando pelo peemedebista.
Em discurso na reabertura dos trabalhos legislativos, o tucano seguiu o script de quem tenta desconstruir alguém sem sequer citar o nome do alvo. Em várias passagens do pronunciamento, Romero atacou a gestão anterior, a mesma que se diz, com letras garrafais, credora de todas as obras e inaugurações atuais, dois anos após seu fim.
Em pelo menos dois trechos, Rodrigues metralhou seu rival. Expressões como “Campina trabalha para recuperar o tempo perdido” e “superamos o caos que nos foi deixado” dão mostras da linha adotada por Romero a partir de agora. Mantém o estilo comedido, mas se preciso recorre, ao “bateu, levou”, sem medo de ser feliz.
Ao que tudo indica, cada vez que sofrer alguma provocação do seu provável adversário, o prefeito exumará algum fato ou “herança” do passado para se defender no presente e vacinar o futuro. Não hesitará na tática de enquadrar Veneziano, ressuscitando temas indigestos de sua administração.
Deve usar como munição o cenário da fase final da gestão do ex-prefeito, potencializado pela oposição da época na tarefa de queimar o filme de Veneziano em 2014, esforço que, de certa forma, logrou êxito. O bombardeio contribuiu, em algum grau, para o pretenso candidato ao governo terminar declinando da postulação.
Pelo o tom do que disse ontem – um misto de defesa da gestão e ao mesmo tempo de crítica de mérito ao antecessor –, Romero se apresenta completamente convicto de que chegou a hora de começar a fazer comparativos de números, métodos e ações de governo. Vai dançar conforme a música tocada por Veneziano.
*Reprodução do Correio da Paraíba.
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OPINIÃO - 22/11/2024