João Pessoa, 07 de setembro de 2011 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Para bom entendedor, meia palavra basta, já dizia o filósofo Ademar Nonato, bradando ao meio dia nos microfones da Rádio 104 FM, em Sousa, e traduzindo para o jargão popular o que os políticos metidos a sabidos costumam florear.
Todos os passos e sinais do ex-governador José Maranhão são de quem está interessadíssimo no processo eleitoral de 2012 em João Pessoa. Não apenas como dirigente, de fato, do PMDB, ou como articulador, mas com timbre de quem quer participar da eleição. Como candidato de uma grande aliança ou apoiador privilegiado.
A senha de Maranhão é absolutamente nítida e compreensível até para o mais lerdo peemedebista. Ao comentar a candidatura dele à Prefeitura da Capital, o ex-governador disse que este era o único cargo ainda em aberto no seu currículo.
Precisa dizer algo mais? Obviamente, não. Maranhão faz quase uma espécie de apelo público ao PMDB para que lhe dê a primazia. É como se dissesse: “me dêem a última chance”. De fato, Maranhão é o único no PMDB que não tem tempo pra esperar.
Mas também é o único que não pode reclamar de oportunidades. Em todas as eleições que se julgou apto a disputar, sempre teve o objeto de desejo aclamado pelos seus liderados, sem qualquer ameaça de questionamento.
Mesmo quando quis pedir ao povo da Paraíba para ser governador pela quarta vez e o cenário apontava para uma onda avassaladora de renovação política. Até nessa hora, o PMDB esqueceu a razão e preferiu optar pela vaidade do seu velho cacique.
Repaginação –
A ala “maranhista” do PT percebeu, de fato, que precisa se desvencilhar do estigma. Nenhum petista defensor da tese de candidatura própria prestigiou Maranhão.
Tese na praça –
Já há vermelhos ortodoxos achando que Maranhão empurrará a candidatura com a barriga, para mais tarde retirá-la e pedir o mesmo a Manoel Júnior em favor de Cícero.
Caso Maranata, julgamento e primeiro round –
O pedido de vista do juiz Márcio Accioly esfriou a tendência gerada pelo novo parecer do procurador regional eleitoral, Yordan Moreira Delgado, que reformou a posição do Ministério Público e opinou pela condenação do prefeito Veneziano Vital, tese absorvida pelo relator do processo, o juiz-corregedor João Batista Barbosa.
Fragilidade e suposições no voto do relator –
O advogado Carlos Fábio, da defesa de Vené, classificou o voto do relator no julgamento de “longo, frágil, inconsistente e em cima de suposições”. Apesar da crítica, o eleitoralista reiterou confiança na “serenidade e imparcialidade da Justiça da Paraíba”.
Cícero, o atraso e o contato longe dos holofotes –
O senador Cícero Lucena não compareceu à festa peemedebista no Jangada Clube. O tucano alegou que o vôo Brasília/João Pessoa atrasou muito. O tucano fez uma visita à residência do ex-governador Maranhão no Altiplano Cabo Branco, onde fez a saudação.
Perguntinha na ágora –
E se desde 2010, quando Cícero votou em Maranhão para governador, a dupla fechou um acordo entabulado por projetos comuns para 2012 e 2014?
Adeus –
No dia do aniversário de Maranhão, o vereador Fernando Carvalho, de Campina, deu tchau ao PMDB. E não escondeu mágoa pela preterição de Vené.
Crise de sobrenome –
O locutor da festa maranhista disparou a plenos pulmões: “Vem aí o ex-deputado Fabiano Gomes”! Fabiano Lucena por pouco não voltou da entrada.
Queda de braço –
O presidente do PSB, de Cabedelo, Marcos Patrício, disputará internamente com Wellington Brito a condição de candidato do partido em 2012.
Jogou o anzol –
Ontem, no Correio Debate (TV), o deputado Anísio Maia (PT) colocou o nome a disposição dos petistas para disputar a Prefeitura de Cabedelo.
Não recua –
Depois desmentir a denúncia da “furadeira” do Trauma, o governador Ricardo mandou recado fulminante. “Não vamos nos dobrar a chantagens”.
Sabotagem –
Já o secretário de Saúde, Waldson Souza, atribuiu a história a um grupo de médicos que tentam sabotar a nova gestão do Trauma, “por interesses contrariados”.
Saia justa –
O neurocirurgião Ronald Farias deixou desconcertados apresentadores de uma TV local. Para surpresa dos inquiridores, ele negou a veracidade da denúncia.
Mal entendido –
“Checamos com os colegas e realmente não houve nenhum prejuízo aos pacientes. Foi um mal esclarecido.”, registrou, deixando a emissora em maus lençóis.
Pingo nos is –
Presença desenvolta na festa de Maranhão, o vereador Dinho (PRP) deixou bem claro. “Minha amizade com Rômulo Gouveia independe de política”.
PINGO QUENTE – “Temos que separar a tintas”. Do deputado Doda de Tião (PMDB), que pela manhã admitiu presença no aniversário de Maranhão e a tarde viajou ao Sertão, sem passar nem pelo quarteirão da festa.
*Reprodução do Jornal Correio da Paráiba
* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB
OPINIÃO - 22/11/2024