João Pessoa, 13 de fevereiro de 2015 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Crente na força divina acima de todas as coisas, as superstições passam longe dos meus hábitos e preocupações, mas não dá pra resistir à simbologia de hoje, data que desperta tantas curiosidades para uns e temores para outros. No Brasil e na Paraíba que vivemos, todo dia é dia de sobressaltos e tremores.
Quarta-feira última, por exemplo, assistimos o público das Muriçocas do Miramar baixar o fogo e minguar na Avenida Epitácio Pessoa, que já abrigou multidões espremidas num zum-zum-zum de alegria, harmonia e paz. Coisa do passado. O que prevaleceu anteontem foi o medo de se arriscar em tempos de violência.
Receios que se explicam pelo cenário da véspera. Dias antes, na madrugada de Picolé de Manga, um ônibus perdeu o controle em plena Epitácio, depois de o motorista ser atingido por uma pedra arremessada por um suposto ‘folião’. Resultado: 60 pessoas saíram da festa direto para o hospital.
Depois, a cidade assistiu a morte de uma cidadã atropelada na mesma Avenida. Todos esses fatos, e não a divulgação da imprensa, levam o cidadão à essa sensação de que está desprotegido da ação da marginalidade. Na dúvida, muitos preferem ficar em casa e garantir o mínimo de integridade à própria vida.
No Brasil, sobra assombração. Os preços altos, a falta de dinheiro no mercado e o sentimento de instabilidade levam o brasileiro a um ambiente de precauções. A palavra impeachment (quem diria?) causa arrepios à legenda que fez história no Brasil no combate à corrupção e na luta pela cassação do então presidente Fernando Collor, cujo esquema da época faz cócegas ao que a operação Lava Jato já interceptou.
As plataformas ficaram pequenas para sustentar os escândalos da Petrobrás. São milhares de litros de corrupção. O terror é ainda maior pelo cinismo como os desvios estão sendo encarados pelo governo. Na falta de autocrítica, o PT prefere buscar no passado as desculpas para não responder as graves questões éticas e morais do presente. Em resumo: a bruxa está solta, literalmente.
*Reprodução do Correio da Paraíba.
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OPINIÃO - 22/11/2024