João Pessoa, 14 de fevereiro de 2015 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Envolvido na missão de verbalizar o pensamento da bancada do PSDB no Senado da República em tempos de crise brava, o senador Cássio Cunha Lima tem abraçado a causa com todas suas forças, puxando o debate mais crítico com a base governista e incomodando muito.
Só esta semana, protagonizou embates com emblemáticos e vigorosos aliados do Planalto. Não por coincidência, ambos do PT. Primeiro, com o conterrâneo Lindberg Farias (RJ), depois com a ex-ministra Gleisi Hoffmann (PR). Nas duas situações, levantou o tom contra o partido do governo.
Ao tempo que mergulha na tarefa designada pela sua legenda, o paraibano deve se preparar, também, para virar alvo da artilharia governista em Brasília. O governo e o PT não vão ouvir calados os manifestos concatenados e fulminantes contra os desvios investigados na Operação Lava Jato.
Tanto não vão que já começaram a ensaiar rebordosa. Setores da imprensa nacional relembraram ontem que o mesmo Cássio que agita o debate no impeachment em Brasília um dia, e não faz muito tempo, já fora cassado pela Justiça Eleitoral por abuso de poder durante a eleição.
Ou seja, é o primeiro efeito colateral para desautorizar e desqualificar a crítica do senador paraibano. Ninguém se admire por estas plagas. Daqui pra frente, a movimentação do petismo será para constranger e, quem sabe, calar Cássio nessa fase de endurecimento dos ataques contra a presidente Dilma.
De fato, por mais batido, passado e superado que seja o tema, a ressurreição de um processo tão rumoroso, encerrado com condenação de perda de mandato, cria sim embaraços ao líder do PSDB no Senado. Daqui pra frente, a tese é inverter os papéis e deslocar Cássio da ofensiva para a parede.
*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba.
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OPINIÃO - 22/11/2024