João Pessoa, 21 de fevereiro de 2015 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Com seu líder, o senador Cássio Cunha Lima, um tanto ausente da cena estadual pelo cumprimento da missão partidária nacional em Brasília, a oposição da Paraíba tem um espaço largo a preencher, ressentida de vozes que assumam o debate de contraponto com o governador Ricardo Coutinho.
Mergulhado na liderança do PSDB no Senado e focado na consolidação de uma imagem nacional, Cássio dificilmente terá tempo e disposição de polarizar com o socialista na desconstrução da gestão de seu adversário e principal obstáculo aos planos de poder do tucanato paraibano em 2016 e 2018.
Ciente dessa limitação, o senador já se mexe para estimular outros nomes do partido e da oposição a engrossar o tom e aumentar a munição contra o governador, até aqui gerindo o Estado em entediante calmaria e sem contradita à altura do tamanho que alcançou após o referendo das urnas em 2014.
Vamos combinar. Não é fácil, por exemplo, para um deputado estreante suprir essa demanda aberta com as atenções do maior porta-voz da oposição voltadas para a artilharia contra Dilma. Por mais vigor e disposição que se tenha, um deputado é um deputado e dificilmente tem força isoladamente para balançar as paredes da Granja.
No perfil genérico da nova bancada da oposição há poucos parlamentares na Assembleia e na Câmara com ímpeto para esticar de mais a corda. Não que não existam bandeiras e pontos críticos a se levantar contra erros, equívocos e problemas do atual governo. Eles existem e merecem apontamento.
Mas dois aspectos cruciais esmorecem. Ponto um: há um desestímulo natural depois de tantos ataques contra um governo que posteriormente recebeu o crivo popular. Ponto dois: as derrotas e dificuldades de reeleição dos mais radicais exercitam a pedagogia do pé atrás. Em resumo. Cássio tem duplo desafio: cuidar do macro em Brasília e arranjar quem tenha apetite para minimizar sua ‘ausência’ por aqui.
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OPINIÃO - 22/11/2024