João Pessoa, 12 de agosto de 2011 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Tal qual Colt Seavers, do famoso seriado americano, o governador Ricardo Coutinho tem enfrentado com desenvoltura terrenos acidentados no seu percurso e acelerado nos momentos nos quais seus algozes parecem perto de lhe abaterem.
A entrevista do socialista ontem ao Correio Debate (Rádio Correio Sat) serviu para demarcar ainda mais essa impressão. Ricardo surpreende pela tranqüilidade ao tratar do belicoso clima gerado em torno do duodécimo e a conseqüente guerra fria entre os poderes. O governador voltou a minimizar o assunto, resumindo a discussão a um ponto: “Discutiremos o que é preciso para os poderes funcionarem normalmente”.
O governador já havia conseguido esmorecer o discurso da Oposição contra a pactuação do Trauma com a Cruz Vermelha. Se repararmos bem, o tema já foi praticamente sepultado. No mínimo, o atendimento voltou aos eixos.
Agora, Ricardo peita a Oposição exatamente num momento onde os seus adversários lhe apontaram potente metralhadora. A estratégia oposicionista viu na permuta a ocasião de colar na imagem do alcaide a mancha de corrupção.
Ricardo inverteu o alvo, ganhou a opinião pública ao invocar a necessidade dos recursos na Segurança e a oportunidade de geração de emprego, abrigando o aval popular. Depois, teve a sorte do Maranhão III produzir desconcertante laudo da Cehap.
Pronto para tempestades, Coutinho decidiu eleger a lógica do seu Governo exatamente a oposta práxis dos antecessores. Projeta um Governo para quem está fora da máquina. Um desafio e tanto numa Paraíba viciada em se servir dos cofres.
Concorrência –
Encarando as perguntas do Correio Debate, Ricardo explicou porque o Governo não atende a sugestão da Oposição, que prega licitação na permuta.
Impossibilidade –
“Ao Governo interessa o terreno do Geisel, porque é estratégico para a Segurança Pública. Como licitar se só há este terreno”, questionou Ricardo.
Ricardo, a Oposição e o maniqueísmo –
Para alfinetar os críticos da permuta, Ricardo não se inibiu de utilizar o recurso do maniqueísmo. “A emenda da licitação é de quem é contra o shopping. Que incoerência é essa. Na realidade, isso é desculpa de amarelo, que come barro. Tem gente comendo barro demais”. Só não especificou as substâncias da composição dessa argila.
Bases da Educação –
Ricardo sinalizou para o lançamento nos próximos dias de um grande programa de Educação na Paraíba. O Governo quer focar os investimentos na redução da alfabetização no Estado e na construção de bases para profissionalização.
Novo calendário –
O governador resolveu antecipar o cronograma das obras do prometido Centro de Convenções de João Pessoa. Ricardo prometeu entregar o equipamento pronto em junho do próximo ano. “Eu vou terminar nem que seja com recursos próprios”.
Boi de piranha –
Amparado em sentimento até justo, o deputado João Henrique (DEM) está sendo usado como porta-voz das queixas de colegas, que preferem esconder as unhas.
Bravo pra Hervázio –
Henrique não engoliu o nome de Adriano Galdino (PSB) na CCJ. “O DEM foi alijado”. Mas evita atacar o autor intelectual da indicação: Ricardo Coutinho.
Solidário –
O deputado Zé Aldemir confirmou solidariedade ao colega democrata, preterido na comissão. Porém, negou qualquer rompimento com o Governo.
Vaselina –
No meio da crise, o líder Hervázio Bezerra (PSDB) manteve o habitual estilo sereno. “É legítimo o desabafo. Vamos trabalhar para superar essa pequena crise”.
Água fria –
O chefe do Governo, Lindolfo Pires (DEM), agiu rápido. Ontem mesmo recebeu João Henrique para tratar dos pleitos do deputado para região de Monteiro.
Bloco na rua –
O prefeito Veneziano Vital (PMDB) representou o irmão, Vital Filho (PMDB), na assinatura do convênio da construção do “Canal do Frango”, em Patos.
Sonhando acordado –
Dono de sucessivos mandatos, o suplente Tavinho Santos (PTB) anda sonhando com os tapetes azuis. O “devaneio” passa pela candidatura de Vitalzinho na Capital.
Importação –
O sonho de Tavinho não chega a ser um pesadelo para Fernando Milanez, mas tira o sono. “João Pessoa não precisa importar candidato”, devolveu o vereador.
Dragagem –
O teor da frenética audiência da comitiva paraibana (Vitalzinho, Trócolli Júnior e Ruy Carneiro) com o ministro Leônidas Cristino foi todo gravado.
Representação no CNJ –
“Estou sabendo agora”. Da juíza Lúcia Ramalho, interrogada pela repórter Pollyana Sorrentino sobre ação da Procuradoria-Geral contra a magistrada.
PINGO QUENTE –
“Nessa questão, eu estou me sentindo como um corno”. Do deputado Zé Aldemir (DEM), recorrendo à espontaneidade sertaneja para se dizer surpreso com as notícias de rompimento dele com o Governo.
*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba
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OPINIÃO - 22/11/2024